sexta-feira, 29 de agosto de 2014

LIXÃO

Às vezes
meu luxo
é seu lixo:
as fezes
ou refluxo
do prolixo.
Então reflito
e depois refuto;
às vezes
me frito
ou por meses,
de fruto
escrito,
escuto,
resoluto,
o que foi dito:
meu lixo
será um luxo,
mas, até aqui,
não estou nem aí
com seu fluxo.
Nem me lixo.

Se represente

Assim fica
a "pornopolítica",
fazendo masturbação
mental em cima do povão
que deve resolver em quem votar,
como se houvesse candidato exemplar.
Como se houvesse quem fosse lhe representar...
Por que ficar gozando com pau dos outros
quando sabe que todos são escrotos
que apenas querem lhe mandar,
lhe exigir e lhe escravizar?
Pare com a masturbação,
tome alguma ação
não indiferente
na mente.

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Subvertecelancião

Subversivo é o verso
no qual fico imerso
no bom e no perverso
pesar de cada terço
de pescoço ou de berço...

Não sei se me esqueço
ou se, enfim, pereço;
apenas sei que mereço,
pois viver cobra preço
e a vida tem meu apreço.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Um canto

Ouço um canto
ali, que me espanta.

Enquanto
me encanta
cobre minha mente
como um manto
e não deixa
o frio entrar.

Meu coração
quente, sente
o que só a canção
consegue falar.

Portanto,
não entendo
como tanta gente
daquele canto
não se deixa
emocionar
quando o canto
começa a soar.

Dignidade não garantida

As suas vozes
soando ao fundo
fazem as vezes
daquele imundo,
daquele mendigo,
daquele esfomeado,
que, sem amigo,
está abandonado.

Será que o pobre
é vagabundo
ou será que esse podre
e vil mundo
não deu chance
para que lutasse
uma revanche?

Impediram que trabalhasse.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

A lua vaga nua

Todo dia vejo a lua
logo cedo, na madrugada.
A rua fica toda iluminada
por ela que paira nua
no céu.

Percebo, então, que sou
do universo, que não é meu;
não é nosso... O verso ficou
na folha lisa, a lua ao léu
poetiza.