segunda-feira, 23 de março de 2009

Cartas

Podemos jogar tudo para o alto,
Negar e amaldiçoar sem dó
Jogar fora do alto até o asfalto,
Somos tolos e ficamos sós

Mas sempre volta o sentimento,
Aquele que grita com razão
Toda a força daquele momento,
Percebemos que foi em vão

Outras rasgadas não estão dentro,
Não servem e já partirão
E das páginas escritas no tempo,
Sobraram só as do coração

Para essa dor que machuca todos,
A solução foi jogada fora
Sobra só procurar os antídotos,
As cartas onde a paz mora

Recuperamos o fôlego com alívio,
Razão bate e abre a porta
Escrevemos a paixão e convívio,
É apenas isso que importa.

--

Paz.

sábado, 21 de março de 2009

Tente

Sempre o mesmo,
mas sempre diferente

Sem desespero,
com planos em mente

Confuso e racional,
corpo resistente

Talvez passional,
pensamento persistente

Cansado a esmo,
um tanto indecente

Ainda o mesmo,
sempre sigo em frente.

--


Paz.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Pensar e ajudar

Ontem eu vi uma pessoa triste, e por mais que as pessoas me diziam "Vai melhorar...", eu não consegui pensar da mesma maneira. Fiquei pensando o que eu poderia fazer para ajudar, altruísmo para alguns, vaidade e egocentrismo para outros, mas sem sono, mesmo com mil pensamentos na cabeça, resolvi colocar no papel um pouco do meu sentimento sobre a situação, sobre aquela pessoa, sobre o quanto não importa o que aconteceu, ela tem ao lado dela, mesmo sem querer se intrometer, pessoas que se preocupam.
Alguns diriam que escrevi um poema, outros diriam que foi um texto, e os mais entusiastas diriam que foi uma carta, então digo, foram os três, de maneira simples: sem divisão de estrofes, pois os sentimentos as vezes não se dividem; sem muitos parágrafos, pois os pensamentos sempre se atropelam pelo caminho e se revelam pequenos e resumidos; sem outras folhas, porque uma carta, contendo um pequeno poema e um texto menor ainda, não precisa mais que frente e verso.
Não tenho nada disso comigo, não é certo, não é algo feito para publicar em lugar algum, pelo menos não por mim. Mas fico contente que essa pessoa gostou, talvez eu tenha ajudado de alguma forma, não sei bem ao certo, acho que nunca vou saber, ainda fico na dúvida se fiz o correto, espero que sim.
Antes que me acusem de vaidoso, egocêntrico, ou algo do tipo, faço aqui uma confissão, não é fácil escrever diretamente para uma pessoa, é sempre mais difícil escolher as palavras corretas, fazer a linha agradável, definir uma métrica(ainda tenho dificuldade em versos isométricos, eles limitam muito, mas soam melhor), pensar na pessoa, nas características dela, do momento e da situação, então é muito mais trabalhoso.
Mas no fim, é tudo compensado de alguma maneira. O que me importa é que desse pedaço de papel, algo de bom saiu, e alguém fez bom proveito, e por um momento, me sinto contente, mesmo atolado em problemas da vida, como todo adulto, eu coloquei algo de bom nesse mundo, e talvez, por um segundo, foi bom para outra pessoa, fiz o bem, o que acho correto, e mesmo que a minha vida esteja uma bagunça, e está, não me importo, pois eu sei que de alguma maneira, um dia vou receber uma ajuda também, nem que seja uma boa conversa e um copo de café.
No fim, é bom contar com os amigos e as coisas boas que eles trazem.

Sozinhos, podemos até estar bem, mas acompanhados, vamos estar bem melhor.


Deixo aqui um refrão(só, senão muda tudo) que diz um pouco como eu penso:

“This life, this life aches
  And this life moans
  This life is great, this life is great
  And it's better when you're
  Not alone, not alone”

-Chris Robinson-

Paz!

quarta-feira, 11 de março de 2009

5:20

Pequenas revoluções
Sonho na madrugada
Acordar no susto
Loucuras e evoluções

Grandes verdades
Perdido na estrada
Apenas um impulso
Novas veem tarde

Tem tempo para
Mudar perspectivas
O destino separa
Todos, nada na vida

Revoluções diárias
Não ser um pária
Que rumo, correto?
Futuros secretos

Ajudou no esclarecer
Surgem as dúvidas
Certezas e partidas
Incerteza, o que fazer?

Armam-se piquetes
Greve no sentimento
Mas no sonho é doce
Doce sabor, eu tento

Viro, eu quero imergir
Recupera o ar, imagina
Revoluciona e termina
Pulsante, vai dormir.

--

Preciso sonhar menos... (ou mais)
Paz!

domingo, 8 de março de 2009

Mulher e flor

Em meio a noite
Forte vento corta
Árvore cata-vento
Voar as flores tentam
Lembro da mão
Daquele açoite

Andando no jardim
Casa do sarau
Música e versos cantam
Prenunciam romance
Começo, meio e fim
Não trazem nenhum mal

Rosas encantam
Na casa distante
Unhas cravam na pele
Corações que chamam
Grita um instante
Essa paixão que fere

Sonho do feminino
Atração pelos seus cabelos
Longos, negros da escuridão
Olhos claros, cheia de mimo
Balançam pelos ventos
Toque suave da tentação

Naquela noite do dia
Mulher dos sonhos
Na casa da vida
Essencial, eu previa
A flor, te proponho
Livre, corre divertida.

--

Para elas. Parabéns por esse dia.

Paz!