segunda-feira, 24 de maio de 2010

Painting you

I - Remembrance

I have a portrait
in my living room.
I held it with faith,
and now flowers bloom.
So soon came the spring.

I wished it was a kind
of a Dorian Gray,
but it always comes in mind,
your face didn't fade away
since the time I saw you sing.

I have been told
to sell this painting,
but it never gets old.
Stills fresh and saying
words that make us cling.

Sitting beside the pond
to feed the birds,
my mind flies beyond,
while I throw pieces of bread
out of this bag I bring.


II - Heathen

In ancient times
of darkened skyes,
I've written rhymes
without lies,
about fortune
and about bad luck.
Singing a tune
while feeding a duck.

One of those
was about your hair,
Red as fire
which consumes the air,
while your attire
was left on the floor
and you posed
for me, naked at the door.

I had to paint
you in a canvas blank,
lifeless and pure.
Beauty that still allure,
far from a saint,
say words, likes to prank.
I've lost my mind,
left all the colors behind.

The only one left
between our bodies is red.
Your braids in pair,
just turned in fiery waves.
You moved oh so deft.
Loose, your phoenix feathered
hair lashed me fair.
For my flesh a nail craves.

I kissed your scarlet
lips like an apple forbidden.
Felt your theet on my shoulder.
My body you claim, be holder.
By me your deep feelings
are strongly ridden.
And of all my paintings
you're my magnum opus yet.

And you walked around
showing you pretty thighs,
making me cross any bound.
You loved to hear our sighs
when you gave us your back.
It was easy to follow your track
and hard to know when you'd talk.
For no one you'd stop your walk.

Your figure on nude
would inspire every suicidal
to stay alive on your breast,
lay on your womb on the last breath,
say words of savage love and death,
And into peace die at last.
I rather live for your memorial,
as everyone should.


III - Rest

Now I wait for my hour
patiently, to see you again.
And the wine now taste sour.
Maybe it will all end in pain.
I have hallucinations,
feel your hot breath in my nape.
Of all the expectations,
I see your hands, I see grapes.

Death touched you by request,
in your fatal mix.
Now I feel the cold in my chest
and I count to six,
Couldn't make to ten.
I see you calling me, pulling my arm.
Suddenly appears a new place, a farm.
And finally I drop my pen.

--

Tentando algo diferente.
Por favor, me avise se você algum erro, ok?
Obrigado! :)

-

Trying something different.
Please tell me if you find any mistake, ok?
Thanks! :)

sábado, 22 de maio de 2010

Oi

Garota morena
de blusa xadrez,
Linda e serena.
Chegou a minha vez.
Lhe escrevo
esse poema
enquanto te vejo.
Tenho esse problema
minha mão
se remexe
se move
a visão
me fere
me comove

Mesmo que sua visão
me transforme
me torno
escravo da paixão
onde sentimento chove,
me reformo
largo meus vícios
para sinceramente
lhe falar
meus suplícios
e calmamente
te chamar
para sair
quero seu telefone
para curtir
me fale seu nome

terça-feira, 18 de maio de 2010

Música metamorfose

Essa canção eu canto
para ninguém no entanto
pois também estou só,
embora não sinta dor,
a solidão não tem dó,
no coração sobra torpor.
Ainda tem calor no outono
e o amor está com sono.

Essa canção era um blues,
mas com ira se torna rock,
rebelde e forte
e até incita morte.

Solitário é este solo
que com mil notas extrapolo,
de percussão descompassada,
coração em contraponto,
essa base arritmada
vem de "bate e pronto".
A calmaria tem um riso
leve, suave improviso.

Agora o que era jazz
se renova em bossa,
com alegria de samba,
não tem choro nem fossa.

De loucura e megalomania
surge a longa sinfonia,
onde a fúria é maligna
e o ciúme é ferido,
amor sempre perdido
e a amada é divina.
Épico platônico eufórico.
Opera exalta o ato heróico.

A sabedoria está na erudita,
com notas belas e malditas.
Clássica e visceral.
Eterna e infinita.

Seja qual for o gênero,
música é algo efêmero,
confusa no bebop,
fugaz e fútil pop.
Mas é pura composição,
que traz dor e solidão.
Pura alegria e celebração,
e nunca carece de inspiração.

domingo, 9 de maio de 2010

Um caso anual

Já é Segunda-feira, Domingo explodiu em milhares de pedaços e foi devorado pela areia temporal que insiste em cair afunilada. Sim, alguém virou aquele artefato rústico, antigo e que teve muita utilidade nos tempos antigos, antes de vovô e vovó nascerem, bem antes. Aquela ampulheta perdida em algum canto foi tocada, manipulada e há cinco minutos recomeçou a sua contagem, ao deslizar de grãos pelo seu interior, passando pela sua cintura fina e chegando ao seu fundo, se amontoando. Se possui sentimentos, imagino que seja de náusea, pois os grãos formam uma montanha que deve irritar qualquer estômago, mas como é um objeto, não deve ser lá muito emotiva.
Mas é culpa dela?
Será que conspirou contra o Domingo?
Assassinou mais um dia?
Não! Assim como uma arma, esta ampulheta é apenas uma ferramenta. Ela tem que ser manipulada por alguém. Alguém consciente do que faz. Alguém com um crime premeditado. Este alguém é frio e calculista, mas não se revela, nunca. Apenas temos dúvidas e nada de respostas sobre sua identidade... e talvez estejamos errados, pois podem ser mais de um elemento.
Mas o que teria Domingo feito para merecer tal castigo? A vítima era responsável por alguma atrocidade? Convenhamos, dia nove de Maio de dois mil e dez, dia das mães. Um paradoxo se segue e todo ano acontece este assassinato. Seja por uma criança atrevida que não respeita aquela que a gerou, seja por um adolescente revoltado e querendo chamar atenção, seja por um adulto que larga a mãe sem cuidados, mesmo quando viúva.
Domingo, seria sua culpa ser o "dia das mães"? Seus colegas no calendário não tomam partido algum em homenagearem estas que trazem vida ao mundo, e não tem culpa pelo término de sua existência. Portanto tu és o único com coragem de se entregar de peito aberto.
O teu assassino deve ser o mesmo que nos tira a vida, e se for, um dia terá que se explicar com todos. Cada um de nós tem uma ampulheta, e a minha talvez esteja longe de ser virada, mas quando virarem, estarei questionando, mesmo conformado com a única certeza, nada será em vão, nem a sua morte.
Obrigado por ser o mártir deste ano, tens o meu respeito.

Minha mãe sempre terá meu amor.
:)

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Futebol, música, livro, filme e ciclos...

Esse dia fatídico, 5 de Maio de 2010, dia em que eu acordei para terminar algumas atividades. Dia em que o Timão acordou do sonho de, no seu centenário, ganhar a taça Libertadores.

Eu não costumo ser supersticioso, mas fico pensando no que me ocorreu durante o dia, e tudo de alguma forma tem algo relacionado com fim de uma fase, e começo de outra, transições... Acordei em jejum, pois tinha que fazer uma coleta de sangue, coisa trivial, mas é a ÚLTIMA de uma série de coletas de sangue. Após isto, ACABEI com o meu jejum, ou melhor dizendo comecei um desjejum, foi uma transição. E mais tarde fui no ortopedista, para começar uma série de consultas. Contando tudo isso, parece até que sou uma pessoa muito doente e hipocondríaca, mas longe disso, são só exames de praxe, e quanto a consulta ortopédica, bem, é fruto de uma partida de futebol com os amigos no último sábado. O meu único mal, realmente, neste momento, é ser o que escolhi desde pequeno, ser Corinthiano, ser sofredor, ser "LÔCO", e nunca abandonar, nunca deixar de torcer.
Sei que muitos nem ligam tanto para futebol assim, muito menos para superstições, mas será que fiz certo em finalizar algumas coisas logo hoje? Por exemplo, terminei de ler "Laranja Mecânica", livro do Anthony Burgess, mas será que deveria ter esperar até amanhã para terminar a leitura? O fim do livro, é uma transição(olha ela aí de novo) da 'jizna' 'nadsat' de Alex, cheia de 'ultraviolência', 'veshkas voni graznis', 'molokos' entupidos de drogas, Nonas de Ludwig van, 'druguis' traiçoeiros e diversões, para a vida adulta, responsável e familiar. Este último capítulo foi excluído das cópias americanas, de onde foi tirado o roteiro do filme de Stanley Kubrick, então é algo novo, e vou parar por aqui, pois não quero estragar a leitura de ninguém. Posso relacionar ao ciclo que o Timão encerrou(Copa Libertadores 2010), como Alex, e irá iniciar, no Campeonato Brasileiro deste ano, e amanhã eu começo um novo livro, "Clarissa", de Erico Veríssimo, pois preciso ler algo mais humano e menos caótico.
Está acompanhando a superstição toda?
Então tem mais uma, cheguei em casa e assisti "The Last Waltz"(juro, não sei como essa mídia ainda não derreteu de tanto que já assisti o dvd!), o último concerto da The Band em sua formação completa e original, e para mim, o melhor show de rock já gravado em vídeo com diversos convidados de alto calibre(Bob Dylan, Neil Young, Van Morrison, Eric Clapton, Muddy Waters, Ron Wood, Ringo Starr, Joni Mitchell, Emmylou Harris, e mais alguns...), a direção impecável de Martin Scorsese uma celebração completa, e mesmo que bonita, triste em sua essência. Robbie Robertson(guitarra e vocais) não agüentava mais sair em turnês(hoje em dia ele compõe e produz trilhas sonoras para filmes, sendo requisitado pelo já mencionado Scorsese) e queria sossegar em casa; Richard Manuel(piano e vocais) não agüentou muito, foi o primeiro a sucumbir e se despedir do mundo, vítima de uma vida desregrada de bebedeira, resolveu se suicidar, se entupindo de cocaína, tomando uma garrafa de Grand Marnier, e se enforcando logo após; outros já estavam começando a vislumbrar carreiras solo, Rick Danko(baixo e vocais) foi o primeiro a seguir em frente, lançou um disco solo e nunca mais parou, continuou fazendo turnês até falecer em 1999, devido a problemas no coração; Garth Hudson(teclados e metais), o mais introspectivo, também seguiu solo, mas de um jeito mais intimista, e se tornou um músico de estúdio bem requisitado, até hoje é o mesmo barbudão, mago nos teclados; e para finalizar, Levon Helm(bateria e vocais), assim como Danko, nunca parou, e ainda não dá sinais de desgaste, e hoje em dia já conta com um estúdio onde bandas disputam a agenda para fazerem shows especiais(tem espaço para audiências de até 200 pessoas) e gravarem discos, e já até atuou em filmes e não para de lançar discos e fazer turnês. Enfim, a The Band começou como banda de apoio de Ronnie Hawkins e foi ao sucesso quando virou banda de apoio de Bob Dylan, que estava procurando uma banda para sua primeira turnê "elétrica"(olha só a transição de novo!) , e seguiu lançando com eles o famoso disco "The Basement Tapes"(OUÇA! É OBRIGATÓRIO!), e a banda acabou por ficar grande por si própria e seguiu separada de Dylan, até o seu término na sua última valsa. E assim finaliza mais um ciclo.
E aí, temos os cem anos do Coringão. Um ciclo se encerra, um século se conclui, e uma transição se passa neste momento, não tão alegre como eu desejava, mas faz parte. Essas coisas que só acontecem no futebol, afinal tudo é resolvido em detalhes entre quatro linhas. Nem adianta ficar discutindo o que deu errado, já passou. Mas gostei do jogo que vi, da força de vontade, da garra e da entrega, para jogar no Corinthians, ao meu ver, o jogador tem que mostrar 'raça', força de vontade, e paixão pela camisa(o que é raro hoje em dia), e eu vi tudo isso(pela TV, infelizmente) e mais, vi uma torcida, mesmo chateada com a desclassificação, cantar e exaltar o desempenho do time em campo, e fico feliz, pois em meio a tanta violência(o Alex 'nadsat' iria adorar morar num Brasil cheio de 'ultraviolência' entre torcidas, trocando 'toltchoks' e vendo 'krovi' escorrer...) que temos hoje no futebol, é raro ver uma torcida comportada e mesmo na derrota, ter orgulho da camisa que veste.
Será que a minha superstição tem fundamento? Talvez não, não saberia explicar, nem um milhão de anos como eu posso relacionar tudo isso com a desclassificação do Timão na Libertadores, apenas foi um pensamento que passou pela minha cabeça, aquele velho e bom "e se..." que sempre volta a atormentar.
Não adianta, a única explicação decente é a velha máxima: Futebol é uma caixinha de surpresas.

Hoje começa um novo ciclo, e lá vou eu seguir em frente com algo novo, mas para sempre corinthiano, torcedor, sofredor, "LÔCO" e que nunca vai abandonar a camisa.

VAI CORINTHIANS!

quarta-feira, 5 de maio de 2010

A sailor and a waitress

It's about a feeling between two persons:
A boy, stranded and haunted by vultures;
A girl, full of joy, giving bread to pigeons.
The distance between them is a matter of cultures.
Different and significant both are,
from each other they still live so far.

Like a nymph, she would enchant you around her,
perhaps more a mermaid who sings hypnotizing you.
He always dreamed about her being together
with him, who felt that dreams can come true
to anyone, it's only a matter of efforts and wanting,
but it leaves him waiting and longing.

She maybe doesn't care so much, or at all
about this foolish sailor, he's leaving land.
Her feelings can't grow to someone without home,
it must have, at least, some time to spend
in her company. And in love he must fall
for her only and nobody else in the future to come.

One day prior to his departure, he decides to write,
while sitting in the harbour, a letter to his parents
about this two year sailing trip on this merchant boat.
He says he'll be alright, they don't have to worry, he'll survive
the trip. Sudden the girl notice he's freezing while writing sentences,
He went outside the pub where she works and forgot his coat.

She came to him, suddenly their eyes meet,
but it's late, they can hear the whistle blow
Things have been said, now it's time to go.
Every night she prays, standing on her bare feet.
He promised her, in two years he'll return.
One year has passed and his candle still burns.

--

Demorei alguns meses(escrevi em Outubro de 2009) para rever este poema, estava guardado numa gaveta e fiquei surpreso, pensei que tivesse parado no lixo.
Não tinha essa última estrofe, escrevi agora, acho que não tenho melhor maneira de concluir, senão eu acabaria deixando muito longo, este final está apropriado.
Agora vou começar a escrever mais em inglês, é interessante trabalhar rimas com outra língua. E se achar algum erro, por favor me corrija.
:)