Vim te pedir perdão
por colocá-la num pedestal
tão alto que deixei de vê-la
e você virou um mito
vivo em minha vida.
Esqueci de sua humanidade,
de suas vontades,
de cada traço
das suas personalidades,
e me faço
de ferido, mas por medo
de algo desconhecido
deste lado,
que conheci apenas do outro.
Me perguntei como seria sem você,
me respondi que já sei.
Como seria com outra pessoa?
Também já sei.
Como seria se fosse algo à toa?
Também já sei.
E como seria se você
quisesse saber
tudo isso que ainda não sabe?
Pois é, acabei de saber
e estou aprendendo a esquecer
o que aprendi, pois está errado.
Você é livre para fazer o que quiser.
Sempre foi.
Não posso idealizar algo
que é impossível cumprir,
não posso limitar sua vida.
Uma ponta de ciúme foi o suficiente
para eu quase surtar,
mas essa ponta foi necessária
para eu poder reavaliar
tudo e pensar
como será o meu futuro.
Eu deixei de cuidar de mim
para me dedicar a você,
mas enquanto eu te admiro
deixei de me admirar -
e talvez você também
tenha deixado.
Deixei de me arriscar
e entrei na zona de conforto,
mas não posso mais fazer assim.
Eu cresci, fiquei forte
e chorei, mas amadureci,
cuspi para fora esse mal
e te entendi.
Entendi que você tem seus anseios,
seus desejos, suas vontades
e seus meios.
E que se eu quiser ficar com você
tenho que aceitá-la como é.
E nada disso é tão novidade,
é apenas mais um fim:
o fim de algo velho
e o começo de algo novo.
A sua vida é sua,
mesmo que nela
eu me envolva.
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26 de Dezembro de 2013.