quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Conto do rei Canuto - Alegoria para incitar Anarquia

Sentado em seu trono, ao mar,
rei Canuto tentou ordenar
a ascensão da maré parar,

mas viu que mesmo um rei
não tem poder, sequer de lei,
para nas ondas do mar mandar.

"As revoluções das Idéias -
pensou - arrebentam suas teias
e fazem a sociedade mudar."

Viu que o reino não era seu
e, então, logo compreendeu
que não faz sentido governar,

pois qualquer autoridade
é fruto da pura maldade
que está fadada a falhar,

haja visto por essas ondas
que, do destino, são as pontas
de flechas prontas para matar.

Pois qualquer insurreição
deriva da simples situação
do "mais fraco" se revoltar

ao ver que, acima, tem alguém
que, também ao outrem,
consegue, sempre, controlar.

Ao tentar controlar a maré,
percebeu que nem a sua fé
iria protegê-lo de se molhar.

"Se nascemos todos iguais,
somos livres e, nunca, jamais
devemos nos ajoelhar."

Mas como só ele entendia,
aos perigosos nada falaria
e continuaria, por fim, a reinar...

E assim continuou a história,
revirando na nossa memória,
com coceira para revolucionar...

...Talvez um singelo e lindo dia
o povo entenderá essa hipocrisia
e verá que dela deve se libertar.

--

Sim, todas as rimas foram intencionais, até no título.

Segue a charge de John Power abaixo para risos posteriores:
Retirada do site www.cartoonstock.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário