Assim começa meu exílio,
expulso de sua casa por preconceito.
Se o mundo é minha casa, meu lugar,
onde ninguém pode me mandar
porque devo viver sob um conceito?
Viver assim é um martírio.
Não nasci para agradar, mas para viver
minha vida e somente isso posso fazer.
Viver da maneira que eu queira
e não como você espera.
Mas de repente estou só
nesse mundo imensamente povoado.
Sou uma antítese ambulante
e o mundo ideal parece distante
enquanto ando desorientado.
É isso mesmo, ando sozinho.
De repente a paz de espírito me invade,
não acabando com a dor, mas acalmando
um pouco meu coração machucado
e impedindo que ele se mate,
se espalhando como pó.
É como me sinto. E o vento não ajuda
pois fico cada vez mais espalhado
e um tanto quanto perdido.
E andando acho, quieta e muda,
a solidão no meu caminho,
e a sofridão de cada um que perdeu
qualquer chance de compreensão
e um mínimo de compaixão,
e agora pensam na vida, como eu.
Não tenho nada que é meu,
e não quero nada de outras pessoas,
exceto que aceitem quem sou.
Se não funcionar, me vou
para onde minha mente ressoa.
O que me sobrou senão eu?
A solidão, que nunca me abandonou.
Poderia dizer que, juntos, somos dois,
mas estaria mentindo pois
entendo que a solidão sou eu.
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