sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Sob o signo Capricórnio

Há quem diga que é pura melancolia
e o materialismo o persegue
junto com a desconfiança e o desafio
que, por mais que os negue,
os sente, como se vive no afiado fio
dessa sua navalha emocional
onde queria apenas paz todos os dias,
mas só encontra inferno astral.

Eu diria que é apenas vertigem,
diária, eterna.
Se não houver um escapismo
fica maluco, à margem
da fantasia externa,
vivendo a realidade crua, sem sofismo.

Analisando o fator confiança,
que mais parece valor financeiro:
se perde, junto se esvai a esperança,
pois vai direto para o negativo,
com juros e correção; é assertivo,
pontual e frio quando lhe pedem
que essa mesma lhe conquistem
novamente, ainda mais por inteiro.

E capricorniano tem pé no chão,
não importa se tropica
atravessando qualquer trópico,
pois seus devaneios nunca serão
maiores que vida física
e o seu pensamento lógico.

E consegue ser muito chato,
que mal confia em si mesmo,
quer ajudar todos, mas a esmo
ajuda a si, e se dá no fato:
quer independência,
mas pena em sua existência.

Ser de capricórnio é uma sina.

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