Eu odeio despedidas!
Eu não quero sentir
uma saudade despida
que um dia há de vir,
e virá, nua, me seduzir
à agridoce melancolia,
que é saber do partir
de um amor, um dia.
Pois a falta é a sobra
do apego a me assolar,
que sempre vem e cobra,
não para de atormentar,
enquanto respiro o ar
que, rarefeito, acalma
todo esse grande pesar
que me afunda a alma.
Essa saudade é egoísta
pois só quem fica, sente,
no rol não mais se alista
quando é o fim da gente.
Não estou lhe vetando
tal triste sentimento,
só que, vez em quando,
penso, enquanto sinto:
"tudo tem seu momento,
e até o pesar
tem que passar..."
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