Olá, meu velho! Olá!
Há muito não lhe vejo!
Esta visita é propícia,
preciso lhe falar
que voltei.
Voltei para te lembrar
que trouxe, no traquejo,
aquilo que não queria.
Sim, eu sei.
Não sou bom contigo -
nunca serei, meu amigo.
Como podemos conviver
dentro desse mesmo ser?
Você tenta ser ver livre
do que lhe represento
e ainda esquece que vive
comigo dentro.
Não te abandono
quando lhe sobra melancolia,
é aí que lhe abocanho,
um grande pedaço
e na mordida, a peçonha
de cobra e seu abraço.
Ilusão achar que me afastaria
de tua mente...
...se te impregno de veneno
e engulo sua serenidade
te levando a sanidade
e te deixando só, no sereno...