Ainda conto os anos,
mas não mais os comemoro
da maneira dos humanos
que ainda almejam o decoro.
Prefiro me dar o dia
como um pequeno regalo
de alguém que me daria,
com amor, o presente de que falo:
Um tempo para ser a si mesmo
e uma companhia simples
sem minutos perdidos, a esmo,
sem saber onde estão com os pés.
Prefiro assim, sincero,
como participo de aniversários:
presença rarefeita, vulto raro,
não ausente, mas no meu horário.