domingo, 14 de janeiro de 2018

Dissentimento

Queridos poetas,
mesmo depois
de tanto lê-los,
tanto absorvê-los,
algo ainda me aperta:
um sentimento
sem nome
que não li poeta
algum que cita
junto sentir fome
e estar satisfeito.

Sentir ódio e amor,
saborear o dessabor
impessoal onde for,
e sem referências
de poemas.
Cabe-me descrever
essa plenitude vazia
de música em afasia
que tem sido me viver
nos últimos tempos;

escrever sobre o misto
suor, sangue, saliva e sal;
falar sobre vida sob o cal,
onde falta tudo e tem nada.
Nesse dualismo singular
constatei que num par
não acharei coisas afins,
sobrou-me escrever,
enfim,
como um tal poeta de mim...

...ainda sem nome para
este dissentimento(?).

Nenhum comentário:

Postar um comentário