Tive que abrir essa caixa antiga
coberta de poeira grossa - daquelas
que já se misturam ao óleo da madeira delas,
poeira grudenta, resquício das almas
sebosas, purulentas que ali habitam -
que não saem ao soprar.
Havia foto-memórias ali dentro
e a primeira que se destacou
entre tantas que estavam acumuladas
foi a sua. Seus olhos que me viam.
Suas palavras vieram ao meu coração
quase como um ressurgimento
de vozes antigas que falam
pelas eras, pelos ventos da sofreguidão.
Devo limpar tanta poeira
afim de que saia da minha pele
tamanha sujeira que ficou
acumulada em caixas como esta...
e mais caixas...
e mais caixas...
e mais caixas...
tantas caixas...
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