quarta-feira, 27 de março de 2013

Um poema só

Vivo sólido,
e assim, só, lido
com a solidão,
ouvindo soul, vindo
ao cais ver pôr do sol, indo
embora;
depois lá fora
é a hora
em que a lua cheia está vindo
toda brilhante e nua, rindo
por ser a única no céu
e fazer inveja com fel
ao humano cruel.
Mas eu me rio, enfim sou lido
falando de que é vivido,
dos males, das coisas boas,
até da libido.
Pois fazer isso ter sentido
mesmo sem ter alguém ferido
dá um trabalho, etéreo, e sólido.
É um tanto quanto mórbido
escrever algo do que tem sido,
até então para ser só lido,
pois quando não sou lido,
me vejo um poema muito só.
E só.

--

É soda.


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