Imagem passando ao largo
da margem do copo amargo,
silhueta sua,
tua carne nua.
O sal de seu suor na língua
desfaz o mal que já míngua
no seu gemido
bemol e sustenido...
Todo dia desenho e apago
na sua pele, com afagos
e carinhos,
seus caminhos
cheio de curvas sinuosas
nessa paisagem tortuosa
de seu corpo,
dos mares, porto
que está no meu mapa.
Escrevo sem as papas
sobre o X
que ali fiz
para marcar o tesouro,
que tenho num estouro,
de tão precioso
e tão gostoso
quanto fazer essa analogia
ao mar e à cartografia,
apologia ao sexo
e amor sem preço.
Vendo o copo de bebida
miro seu corpo de tulipa,
mas estou sozinho
e bêbado de vinho.
Penso, então:
Tem tanto mar além de você,
mas só sua miragem me vê.
E nela nos vejo,
lhe desejo...
--
Mais um poema para o projeto Curare.
Dessa vez explorando mais o imaginário e usando formas não estruturadas de versos e métricas, mas organizado em estrofes similares.
--
Para a miragem.
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