O canto triste da ave
faz vibrarem luzes,
ar, tímpanos e peles.
Os cílios, num enxágue,
respingam emoção
e fecham as bocas dos olhos,
calando sua visão
e deixando à audição
o vislumbre dos textos
molhados de poesia
e vestidos de canção
entoada pelos ventos
que empurram a embarcação.
Não há sequer maresia
que afete o canto alado;
quem compôs é santo
em música
e, no amor, amaldiçoado.
Como na tristeza
pode haver beleza
e tanta calmaria?
Talvez só o compositor
lhe responderia...
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