Ao contrário de muitos males e doenças,
Parkinson, Lou Gehrig, Alzheimer,
o mal de Nin vem de nascença
nos acompanhando durante todo o viver.
Anaïs dizia que era uma febre,
mas a ninfa esquece que é tesão
sua verdadeira doença, seu vício,
e atinge todas as camadas sociais
do rico ao assalariado, até a plebe;
sabe que é tal estímulo, tensão,
que nos leva ao fundo do precipício
do que seguimos como regras morais.
Essa doença é a mais normal,
nem sei se podemos chamá-la de "mal"
ao mesmo passo que nos faz felizes
enquanto a moral fica com cicatrizes
de algo que nos foi ensinado;
posse não é natural, é só medo.
Se sentir atração, se envolver,
se deixar levar é considerado ruim
então nossos animais estão doentes
e nem por isso fazemos sacrifícios,
nem por isso estamos aos suplícios,
rogando por perdão, evitando o fim
da prisão que não deixa contente
nem deixa triste a maioria a correr
de um lado para o outro sem pensar
se vivemos mesmo.
Pessoas devem se perguntar
se não é apenas tesão, a esmo.
Então batizo o tesão como "Mal de Nin"
e tenho plena convicção que, enfim,
o tesão existe e persiste sem amor
e, se não houver cuidado, pode causar dor,
pois já passamos séculos, milênios a fio,
e ainda estamos a aprender segurar o cio.
E é difícil, pois é um mal que nos faz tão bem...
...é o mal que um dia nos fez "alguém".
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