Gostaria de não ser esse desespero
que me toma o estômago e o sossego,
como uma buzina no meio da noite,
aquela dor aguda do papel e seu corte,
como vejo uma grande opulenta côrte
de vil hienas de mil revezes e sortes...
Gostaria de não ter tanto desprezo
por quem nos trouxe tal desassossego
e me fez voltar ao poema político,
do qual me afastei de seus trópicos
onde analiso o mental e nosso físico
momento de discussões caóticas
e opiniões inflamadas e oníricas.
Gostaria de ser cego,
não ter ego,
não ter apego...
...mas não aguento mais
tanto pelego...