quarta-feira, 21 de julho de 2010

Frio

Hoje não quero trabalhar
Não quero fazer nada
estou assim já fazem 4 dias
e ontem só piorei
desanimado
que é uma porcaria
nem me mexi e já cansei
não agüento nem olhar
para aonde vou hoje
só quero ser um nada
para que não me falem hoje
machucado
por quem me usou
e por ser sincero
acabei por magoar
alguém que gosto
e agora, tonto, espero
tentar consertar
esse coração que quebrou
com o meu não me importo
e ainda faltam
horas para sair daqui
para ser livre
para ficar sozinho
nessa cidade de muitos
e poucos conhecidos
onde vislumbre
um lugar longe daqui
onde não me faltam
motivos e caminhos
que não são poucos
mas sim muitos
e talvez me levem
aonde devo ir
para desculpas pedir
aos seus pés
ao invés
de amargar aqui
nesses minutos
muitos
nessa cadeira
sentado a espreita
de inimigos dentro
desse local maldito
a longa espera da hora
de dizer tchau
de ir embora
esse tempo finito
com força enfrento
e com cara de pau
eu agüento
não quero trabalhar hoje
nem amanhã
só quero te ver
e me arrepender
mas a distância
me impede
e o cotidiano
me torna mais um mediano
trazendo
o que meu coração pede
não posso atender
nem de pronto
não sigo mais sonhos
nem adultos
nem de infância
estou me remoendo
por não poder
agora estar aí
deitado
ao seu lado
então lembro de nós,
os dois risonhos
caminhando na praia
ainda adultos
mas adolescentes
eu tirando sua roupa
nossas carícias indecentes
no corredor do hotel
o eco sensual da sua voz
os beijos que te dei
até na sua tatuagem
cheia de simbolismo
melhor que qualquer misticismo
esbanjando inteligência
não consigo pensar em outra
só você, com veemência
e o que sinto
é muito grande para
escrever nesse papel
cobre o céu
e agora não minto
assim como não menti
consenti
te falei sempre verdades
e também falei sacanagem
me sinto um lixo
e ainda falta tempo
não consigo trabalhar
não consigo parar
de pensar
e ainda falta tempo
até eu viajar
para te ver
e assim me espicho
suspiro e esse aperto
não some
nem o gosto doce
do seus beijos
tenho fome
desejo
sou imperfeito
mas não quero,
nunca vou te esquecer
e minha idade
corre avante
me deixa com saudade
é bastante
demorei tanto para sentir
aperto tão bom assim
e fui logo te ferir
sem início, meio e fim
tardei em ser romântico
nessa vida
perdi a prática do cântico
e esse dia não acaba
a hora não passa
eu trabalho para a vida
minha vida é trabalhar
e escrever
não fiz por merecer
ficou em segundo lugar
assim como no seu coração
nem ao menos devo estar.
Vontade de fazer nada.
Absolutamente, nada.

--

Já faz um tempo que escrevi este, dei uma olhada ontem e lá estava perdido, resolvi soltar antes que eu altere alguma coisa; é melhor assim.

domingo, 18 de julho de 2010

Moelleux

Esse Moelleux...
Rouge e doce.

Dionísio não me acompanha
nem no Tennessee,
muito menos na polonesa;
prefere um fermentado
sem trigo, sem cevada.

Esse Moelleux...
Doce e rouge.

Não amarrou com o morango;
no balanço até combinou
mas não como em I Modi;
no que me sinto Baco,
me falta minha Ariadne.

Com esse Moelleux...
Sinto falta de Chianti.

Anno 2006, me embriaga,
mas muito mais me agrada;
o connoiseur torce o nariz,
mas ninguém se importa;
no fim, é sempre festivo.

Como persiste
esse Moelleux...

Mas é fraco como Dionísio
cuspindo a bile de seu fígado.
Eterna criança risonha,
cheia de malícia e álcool.
Penso: nunca aprenderá...

--

Chega beber vinho por hoje, vou tomar um JD para balancear.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Insônia em Copa

Perdido nesse quarto de hotel
vendo a noite calma passar
tirei o relógio e até o anel
debruço na janela para olhar
Copacabana maravilhosa
e sua maré alta toda teimosa
eu ouço as ondas e nada mais
faz a mente voar lá para trás

Eu me deito sentindo a brisa
me sinto só na cama de casal
sua lembrança me aterroriza
nem essa solidão me faz tão mal
na televisão passa filme ruim
nem andar na areia põe um fim
no devaneio dessa insônia
lábio escarlate de begônia.

--

Tentando métricas diferentes, os resultados tem sido interessantes.

terça-feira, 6 de julho de 2010

"Aborrescente"

Adolescente adora fazer caso...
Prazo e uma boba paixonite,
soma-se as doenças e rinite.
Ah... o descaso efervescente.

Para que sofrer sem necessidade
nessa idade tão nova?
Ainda nem levou uma sova...
tem muito para se viver.

Não adianta sequer explicar,
teimoso não quer ouvir,
e ninguém pode decidir.
Até para reclamar ele canta.

Essa faixa etária enlouquece
pais, adultos e professores,
faltam-lhe paz e sabores.
E não esquece a pituitária!

Até tem estresse hormonal!
Vontade de esmurrar.
Necessidade de rebelar
contra o mal que lhe aquece.

Educadores colocam limites.
Pretende uma revolução,
ganhar uma nova emoção,
até que cogite novos amores.

A vida é um negócio chato,
todos querem lhe mandar,
é pior se não quiser acatar,
então, como "adulto", ele lida.

Não demora muito para passar.
Logo terá carro e independência.
Ninguém lhe tirará a paciência,
"É bom sonhar", então comemora.

--

Vida difícil, hein? hehehehehe

sábado, 3 de julho de 2010

Briga e carmesim

Tudo começa assim,
aos gritos,
aos berros,
xingando,
quebrando copos,
jogando pratos.

Essa não terá fim,
não será bom,
as malas,
abertas,
as roupas,
amassadas.

Pensamento ruim,
e segue fora
de hora e tom,
o tapa,
a marca,
a súplica.

Vira aquele motim,
sem perdão,
não merecia,
pensa
em execução,
pega a arma.

Aponta para ele enfim,
apavora,
grita e berra,
aperta,
esgana,
dá o clique.

Bala de festim!?
Revolta,
ele bate,
ela revida,
uma coronhada,
um beijo.

Escorre o carmesim,
roupas rasgadas,
amor quente,
na mesa,
no chão,
só paixão.

--

Casal estranho, não?

sexta-feira, 2 de julho de 2010

2010...

É... repetéco de 2006...
Agora só me resta torcer para o Timão no brasileirão.

Essa vida de sofredor tá foda.