sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Fim da nostalgia

Sentiu-se um tanto nostálgico
com os pensamentos voando
em vários momentos passados,
uns alegres e outros trágicos.

Na nostalgia que lhe acometeu,
pensou em diversas hipóteses,
que no presente são antíteses,
o passado passou, já morreu,

mas gostaria de poder reviver,
poder novamente ver acontecer
aquele dia perfeito com alguém,
aquela noite de verão também.

A nostalgia o deixou emotivo,
até brevemente insatisfeito,
mas o ser humano é suspeito,
é assim de tempos primitivos,

não está completamente feliz,
e a nostalgia vêm e lhe diz
que já foi melhor e contente,
bom, é hora de seguir em frente.

Sim, recordações são tocantes,
mas elas servem só em instantes
para termos alegria em lembrar,
nostalgia tem hora para acabar.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Temperatura Inconstante

Onde o sol ilumina,
a sombra não fica.

O frescor da sombra
alivia o calor da luz
e o sol quente
alivia a sombra fria.

Pula de um a outro
numa inconstante
alegria.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Dilema resolvido

Não crio dilemas,
eles já existem,
implicitamente.
Sei exatamente
que eles vivem
para os problemas,

e faço minha parte,
decido minhas ações
sem sequer comunicar
a quem interessar,
pois as emoções
são doces disparates.

Então quando pensa
que a mágoa é só sua,
tem toda razão.
Só que o perdão,
que passa pela rua,
é meu em presença.

Minha decisão é única:
não quero ver mais
nenhuma dessas pessoas.
Enquanto você voa
com o bando é demais,
mas o voo solo os machuca.

E quem amo se importa
com quem me fere,
se quer assim, paciência,
não quero essa penitência.
De mim não espere
nenhuma palavra torta.

Não estimo quem odeia
a pessoa que mais amo.
Meu dilema acabou.
Assim com eles ficou
o desprezo. E chamo
comigo quem e mim creia.

Se nem a pessoa que amo
levar isso em consideração,
alguém há de levar,
e se eu não achar
outra que leia meu coração,
irei só, em paz comigo mesmo.

--

O que realmente me importa nessa vida é estar em paz comigo mesmo, pois sei que só eu posso entender o que se passa comigo. Amores vêm e vão, amizades vêm e vão, familiares vêm e vão, mas eu nunca poderei escapar de mim.

Isso vale para qualquer pessoa.

Um soneto só, a pé e sem destino (solidão voluntária)

Quero andar por aí,
apenas andar e poder dizer
"Não estou nem aí!"
para quem perguntar o porquê.

Andar sem direção ou destino,
para ninguém me notar
e sequer me questionar
para onde diabos estou indo.

Onde todos querem se encontrar,
eu quero apenas me perder
e sair desse para outro caminho,

e se comigo alguém quiser andar,
não sentirei muito em lhe dizer
que prefiro caminhar sozinho.

Nada sobrevive

Estou emputecido,
decepcionado
e sem vontade de te olhar.
Como você se sentiria
se estivesse aqui,
no meu lugar?

Sempre fui de relevar,
mas só levei na cabeça.
Não vou ficar.
Talvez me esqueça
do que tive,
pois nada sobrevive.

Melhor assim.
Pelo menos nisso eu sei
que posso colocar um fim.

Adeus aos círculos viciosos

Não finjo apreço,
ou tenho, ou não tenho.

Se não gosto,
não me decepciono.

Se fere alguém que amo,
não me relaciono.

Há com quem eu faça as pazes,
há com quem eu tenha fases.
Mas quando não é nenhum caso
desses, simplesmente deixo ao acaso.
Não quero mais saber,
nem do mesmo círculo quero ser.
Círculos se tornam viciosos,
infectados, como quando um câncer atinge ossos.
É mortal, é fatal.

Nem quarentena resolve
quando a infecção não se dissolve.

Se é para manter laços que ferem,
prefiro desatar esses nós que nos prendem.

Cansado de tudo isso

Sentado,
esperando o tempo passar,
percebo que mais uma vez
me deixo levar
aonde só o ócio
consegue me arrastar,
aonde mora o ódio.

Qualquer coisa que sinto
traz a sensação de ser
apunhalado pelas costas
e dos infernos o quinto
me deixa esquecer
e não me dá respostas.

Eu não quero mais nada.
Apenas me isolar
por sei lá quanto tempo;
não quero pessoas nem ar,
nem histórias contadas.

Só meu ódio contemplo.

Não farei mais sala,
nem serei cordial.
Não serei amigo,
muito menos inimigo.
Serei só eu, e mais ninguém
poderá me roubar a fala.