Mais uma vez me pego escrevendo
para uma desconhecida.
Me pego aqui bebendo
mais uma garrafa vencida.
O vinho se tornou vinagre.
A taça do que era tinto,
agora o aroma finto,
pois cheira azedo bagre.
Minha demora é banal,
ridícula e trivial,
mas estranhos se conhecem
e mágicas assim acontecem.
Provoco olhares raivosos,
todos me estranham.
Quase que me apanham,
os deixo nervosos.
Que vão aos diabos!
Não tenho o que temer.
Doa a quem doer,
sentem-se em quiabos!
Pergunto qual é o seu nome,
ainda não quero seu telefone.
Quer saber meu pronome,
é "Senhor", de renome.
Não é egocentrismo,
é apenas a verdade,
pois como tal Veríssimo,
preza por realidade.
E mesmo que não te leve,
pelo menos lhe disse.
Aqui não tem nada de neve,
mas fiz com que me visse.
E talvez um dia lembre
ou talvez esqueça,
mas pouco importa sempre
que a atitude prevaleça.
--
Poema escrito numa mesa de bar, assim como tantos outros, meus e de outros tantos. Talvez os garçons achem que sou maluco, sempre pedindo caneta emprestada para escrever em guardanapos, folhas de comanda, nota-fiscal, etc, mas nunca pedi para entenderem, então não faz diferença, é apenas um detalhe divertido.
O verso que eu citei "Veríssimo" é uma brincadeira com o significado da palavra, o sobrenome do Sr. Érico, fica melhor explicado no verso seguinte, onde fica clara a referência, mesmo este sendo membro do Modernismo(pelo que me lembro...), ainda acho que sua escrita é tem muita influência do Realismo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário