terça-feira, 8 de junho de 2010

Solidão finita

Demorou, cerca de dois, ou três anos para dar chance ao coração, não sabia como, nem por onde começar, não sabia. Uma coisa sabia, sem falta, sem erro, sem desculpas, deveria haver sinceridade de sua parte, como sempre houve, nos casos e descasos que houveram, "não quero compromisso", deixava explícito logo no começo, evitava se apegar a motivos distantes, ainda mais quando distância era um motivo grande e longo (era por este e outros, que o último relacionamento acabara) e maldito. Antes havia decidido se deixar levar, não se prender, e de súbito em um mês, após tanto tempo de loucura, bebedeira, amizades, sexo por sexo, amor sem amor, embriaguez mental e emocional, a realidade lhe bateu na face, como um tapa, daqueles que deixam as marcas dos dedos nas bochechas, e era dolorosa, uma verdade doída lhe atingia colérica em seu peito: estava só.
Para desvencilhar deste sentimento, resolveu sair, passear ao pouco de luz do Sol que lhe é permitido num dia de inverno. Frio inverno. Talvez seja pior que o inferno, mais danoso e mais sofrível que qualquer um dos nove círculos que Dante percorreu, muito dantes de hoje percorrer pelas ruas qualquer reles mortal colocando em prática cada pecado. E assim é este inverno infernal por onde tenta passear e pensar algo fora da esfera da solidão. Mas há o bombardeio, figuras e imagens de casais felizes, chocolates, roupas, jóias e diversos presentes para namorado e namorada, casados inclusos, pois nunca deixaram de namorar, apenas os infelizes e os conformados. E isso lhe atormenta, traz lembrança de quem amou, de quem se foi, e a data de Doze de Junho está próxima, para lhe atormentar mais significativamente. O amor virou consumismo, virou babaquice e banalidade, aquela idiotice que todos pensam que vai salvar a vida do universo, evitar desastres e guerras, e trará paz, no entanto traz ciúme, traz saudade e traz até solidão. O amor é uma faca de dois gumes, pronta para cortar qualquer sentimento bom e qualquer sentimento ruim. Será que vale a pena todo esse sofrer?
Decide voltar para casa, e voltar para o que não pode trair, e assim volta. De mente refeita de que essa solidão vai passar, com companhia ou não, passará.

6 comentários:

  1. Olá Sr. Escritor, primeiramente peço desculpas por minha ausência.

    Em relação ao seu texto...posso dizer que ele mexeu comigo de duas formas bem peculiares.

    Em primeiro lugar, da pessoa horrível que eu sou por terminar um caso, justamente no dia 12 de junho.

    Segundo, por lembrar um conselho que certa vez escutei de uma senhora. Ela me contou que não existia amor entre os casais.

    Que o amor não está relacionado a nada que venha ser potencialmente destrutivo como: ciúmes, paixão, desejo e por ai vai...

    Esta senhora sempre me dizia para não acreditar na plenitude do amor vivido por um casal, pois eles poderiam compartilhar todos os sentimentos do mundo menos o amor.

    Porque o amor era algo mais sublime.

    Enfim, diante do seu texto, desta teoria, e do que eu fiz, temporariamente estou desistindo de encontrar o amor verdadeiro.

    E você, acredita no seu texto ? Ou foi somente um sopro de inspiração?

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  2. Estás desculpada. Faço a minha vez de pedir perdão por ausência, solicitações da vida...

    Seria você horrível por terminar um caso que não queria? Quando um não quer, nada mais justo do que terminar. E isso não tem dia, nem hora, nem momento. A sinceridade prevalece. Então acho errado você se auto-avaliar desta maneira. Mas isto é só a minha opinião. :)

    O amor pode ser algo mais sublime, mas como ter certeza que é isso que sentimos é algo que não sei. Não saberia descrever o quão sublime é o amor. As vezes amor vem, passa e vai embora, tão fugaz que nem parece que aconteceu.

    Eu escrevi esse texto num momento de revolta. Acredito em grande parte disso tudo. Triste, eu sei. Mas as circunstâncias me levaram a encarar assim, tanto relacionamentos quanto o dia 12 de Junho.

    Mas a minha solidão passou. :)

    Se você estiver assim, torço para que esqueça e deixe a solidão passar também.
    Mas se estiver mal, sempre existe o álcool... hehehehe
    De qualquer maneira, esteja bem.

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  3. Fico feliz que a sua solidão tenha chegado ao fim !!!
    Digamos que estou gostando de vestir a capa da solidão....que veio junto com certa liberdade.

    Obrigada pelo seu apoio....gostaria que alguém falasse isso para ele.

    Álcool...nunca bebo sozinha, portanto não consigo ligar isso a solidão.

    Afinal de contas, álcool é para comemorar, dar risadas, para jogar, deixar as conversas mais excitantes....e por ai vai. Rsrsrsrs

    Em quais situações você utiliza do poder do álcool ?

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  4. Continuo solteiro, mas saí da fossa!
    Não vale a pena sofrer. :)

    Bom, você pode falar, caso ele queira ouvir, senão, por que perder seu tempo?

    Ótimo, beber sozinho é para situações extremas, APENAS. hehehehe

    Encare da seguinte forma:
    "Cerveja, nas vitórias é merecida, nas derrotas é necessária." (roubei a frase de uma bolacha de bar)
    Então o álcool serve em diversas situações! Mas nem sempre é necessário, é só que gosto do sabor das bebidas, questão de apreciação. :)

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  5. Solteiros sim, infelizes nunca !!!

    É verdade, não vale à pena sofrer.

    Estou começando a achar que o Sr. é um Mestre Cervejeiro (questão de apreciação) !!!! rsrsrsrs

    Olha a única cerveja que eu gostei....foi Cerveja Amanteigada (já leu Harry Potter ?)

    Eu gosto de apreciar cafés !!!! Você gosta de café ?

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  6. Li apenas os três primeiros livros do bruxo, são legais. Mas cerveja amanteigada? Nunca provei... não me soa atratativa... hehehehe

    Cafeína é companheira de longa data! Mas não sou versado no assunto. Apenas bebo, se o café estiver bom para o meu paladar.

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