É, de repente, um comichão
que lhe invade,
como se precisasse
satisfazer essa coceira,
esse desejo por um beliscão
de uma realidade,
que é como se sonhasse
com algo que nunca vivera,
mas nunca passara disso...
Seria então um déjà-vu?
Essa imagem tão real
seria só um pormenor
que lhe afetou omisso?
Insight que guardou para si,
despertou como um animal
cravando as garras com ardor
vermelho que te arrebata
com tamanha força e paixão,
te confundindo os sentidos
e espremendo o mais vital
dos órgãos, que te mata
a cada aperto, um coração
de sentimentos vívidos
querendo esse amor fatal.
Um comichão de morte
te pedindo uma cura,
alguém que possa coçar
e lhe faça só o bem,
tirando fora num corte
essa coceira que dura,
assim podendo te aliviar
e te dar tudo o que tem.
Às vezes o sonho é real
e a realidade um devaneio,
ambos despertos juntos
nesse confuso comichão,
mas o amor acalma o animal,
e a coceira que lhe veio
já virou defunto;
resta à vida uma paixão.
terça-feira, 23 de novembro de 2010
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
O dia está chato?
Eu sinto tédio.
É um tédio que assola o dia,
cansando o Sol que se põe
porque cansou de iluminar
essa parte em que estou
e foi dar luz a outro lugar.
Não tem remédio
para saber se tudo isso valia
ou não a pena, ele depõe
por estar cansado disso
tudo e ver tanto descaso
desse povo submisso.
Andando no prédio,
ela percebe que talvez faria
sentido o que ele propõe;
seria uma vida sossegada,
poder sair da cidade grande
e viverem juntos em Pasárgada.
Seria rotina um mal?
Eu não vejo mal na rotina,
vejo mal no que não gosto.
Essa monotonia sem sal?
Não, a rotina que me engana
e na cadeira me recosto.
Por mais que faça algo novo,
o novo vira velho e rotineiro,
e a vida é assim, um vespeiro
velho que eu por fim renovo.
Seria a vida feita de novas
emoções velhas
e as emoções velhas
de vidas renovadas?
Tédio e rotina, que besteira.
É um tédio que assola o dia,
cansando o Sol que se põe
porque cansou de iluminar
essa parte em que estou
e foi dar luz a outro lugar.
Não tem remédio
para saber se tudo isso valia
ou não a pena, ele depõe
por estar cansado disso
tudo e ver tanto descaso
desse povo submisso.
Andando no prédio,
ela percebe que talvez faria
sentido o que ele propõe;
seria uma vida sossegada,
poder sair da cidade grande
e viverem juntos em Pasárgada.
Seria rotina um mal?
Eu não vejo mal na rotina,
vejo mal no que não gosto.
Essa monotonia sem sal?
Não, a rotina que me engana
e na cadeira me recosto.
Por mais que faça algo novo,
o novo vira velho e rotineiro,
e a vida é assim, um vespeiro
velho que eu por fim renovo.
Seria a vida feita de novas
emoções velhas
e as emoções velhas
de vidas renovadas?
Tédio e rotina, que besteira.
sábado, 13 de novembro de 2010
24/7 (Esperar parte 2)
Te esperar foi inconsciente,
pois não me permitia.
Você não estava livre assim,
tinha alguém na minha frente
e era um problema para mim.
Fingia que te esquecia.
Neguei para todos em volta,
dizia que isso "passou",
o que acontecia não tinha mal,
pois escondi no meio da revolta
do vazio da vida superficial
a ausência do que levou.
Não te esqueci completamente,
tentei, mas desisti.
De alguma forma me enfeitiçou,
tomou minha alma, corpo e mente.
Do meu ser, você se apossou,
e eu não resisti.
Na sua presença a escuridão
sempre se faz clara.
Na sua ausência eu perguntava
por ti, não importava a ocasião,
pois alguma coisa faltava...
era sua beleza rara.
Pensando bem, não foi tão fácil
e inconsciente como disse.
Eu fazia questão de estar perto
e quando te encontrava era notável
que eu deixava meu peito aberto
para que você visse.
Vivia afundado nesse turbilhão.
Ver você me feria,
pois sempre estava acompanhada
e eu queria lhe segurar pela mão,
para te tornar a minha amada,
talvez um dia.
Todos me viam como um torto,
era meu jeito de fugir.
Preferia ser lúcido e decente
mas me acelerava à ser morto,
me comportava como demente
e acabava por me ferir.
Não tem como eu te explicar,
deixo que interprete.
Apenas escrevo aqui esperando
esse longo tempo todo passar,
enquanto fico te desejando
vinte e quatro por sete.
pois não me permitia.
Você não estava livre assim,
tinha alguém na minha frente
e era um problema para mim.
Fingia que te esquecia.
Neguei para todos em volta,
dizia que isso "passou",
o que acontecia não tinha mal,
pois escondi no meio da revolta
do vazio da vida superficial
a ausência do que levou.
Não te esqueci completamente,
tentei, mas desisti.
De alguma forma me enfeitiçou,
tomou minha alma, corpo e mente.
Do meu ser, você se apossou,
e eu não resisti.
Na sua presença a escuridão
sempre se faz clara.
Na sua ausência eu perguntava
por ti, não importava a ocasião,
pois alguma coisa faltava...
era sua beleza rara.
Pensando bem, não foi tão fácil
e inconsciente como disse.
Eu fazia questão de estar perto
e quando te encontrava era notável
que eu deixava meu peito aberto
para que você visse.
Vivia afundado nesse turbilhão.
Ver você me feria,
pois sempre estava acompanhada
e eu queria lhe segurar pela mão,
para te tornar a minha amada,
talvez um dia.
Todos me viam como um torto,
era meu jeito de fugir.
Preferia ser lúcido e decente
mas me acelerava à ser morto,
me comportava como demente
e acabava por me ferir.
Não tem como eu te explicar,
deixo que interprete.
Apenas escrevo aqui esperando
esse longo tempo todo passar,
enquanto fico te desejando
vinte e quatro por sete.
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
A diferença das frutas
Essa grande maçã que muitos querem
me parece fútil, me serve de nada
não é pelo fato de que todos a querem
que não me serve, apenas não espero
algo dela, é azeda e suja, mal lavada.
Apenas não me agrada, apenas não a quero.
Quero de volta uma fruta que tem aqui,
gosto mais da produção nossa, tropical.
Tem muito mais sabor, com suco delicioso
que me refresca no verão; até como caqui,
e se for algo não doce, não preciso de sal.
Talvez alguns me acusem de ser teimoso,
mas quando me pego comendo maçã, insisto
em criticar, perto de outras, não é nada,
e sim uma fruta meio sem graça e sabor,
nada como estar com a minha mão lambusada
de manga suculenta de fiapos, não resisto,
é doce na medida, e como seja lá onde for.
Mas por favor, não me dê essa grande maçã
novamente, quero ficar um bom tempo longe
dessa fruta insossa que acho bem sem graça.
Não adianta, é fruta tropical que como onde
for, sejá lá na minha casa ou em um praça,
e lhe dou um pedaço na boca, toda manhã.
me parece fútil, me serve de nada
não é pelo fato de que todos a querem
que não me serve, apenas não espero
algo dela, é azeda e suja, mal lavada.
Apenas não me agrada, apenas não a quero.
Quero de volta uma fruta que tem aqui,
gosto mais da produção nossa, tropical.
Tem muito mais sabor, com suco delicioso
que me refresca no verão; até como caqui,
e se for algo não doce, não preciso de sal.
Talvez alguns me acusem de ser teimoso,
mas quando me pego comendo maçã, insisto
em criticar, perto de outras, não é nada,
e sim uma fruta meio sem graça e sabor,
nada como estar com a minha mão lambusada
de manga suculenta de fiapos, não resisto,
é doce na medida, e como seja lá onde for.
Mas por favor, não me dê essa grande maçã
novamente, quero ficar um bom tempo longe
dessa fruta insossa que acho bem sem graça.
Não adianta, é fruta tropical que como onde
for, sejá lá na minha casa ou em um praça,
e lhe dou um pedaço na boca, toda manhã.
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