Te esperar foi inconsciente,
pois não me permitia.
Você não estava livre assim,
tinha alguém na minha frente
e era um problema para mim.
Fingia que te esquecia.
Neguei para todos em volta,
dizia que isso "passou",
o que acontecia não tinha mal,
pois escondi no meio da revolta
do vazio da vida superficial
a ausência do que levou.
Não te esqueci completamente,
tentei, mas desisti.
De alguma forma me enfeitiçou,
tomou minha alma, corpo e mente.
Do meu ser, você se apossou,
e eu não resisti.
Na sua presença a escuridão
sempre se faz clara.
Na sua ausência eu perguntava
por ti, não importava a ocasião,
pois alguma coisa faltava...
era sua beleza rara.
Pensando bem, não foi tão fácil
e inconsciente como disse.
Eu fazia questão de estar perto
e quando te encontrava era notável
que eu deixava meu peito aberto
para que você visse.
Vivia afundado nesse turbilhão.
Ver você me feria,
pois sempre estava acompanhada
e eu queria lhe segurar pela mão,
para te tornar a minha amada,
talvez um dia.
Todos me viam como um torto,
era meu jeito de fugir.
Preferia ser lúcido e decente
mas me acelerava à ser morto,
me comportava como demente
e acabava por me ferir.
Não tem como eu te explicar,
deixo que interprete.
Apenas escrevo aqui esperando
esse longo tempo todo passar,
enquanto fico te desejando
vinte e quatro por sete.
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