terça-feira, 23 de novembro de 2010

Seu comichão

É, de repente, um comichão
que lhe invade,
como se precisasse
satisfazer essa coceira,
esse desejo por um beliscão
de uma realidade,
que é como se sonhasse
com algo que nunca vivera,
mas nunca passara disso...
Seria então um déjà-vu?
Essa imagem tão real
seria só um pormenor
que lhe afetou omisso?
Insight que guardou para si,
despertou como um animal
cravando as garras com ardor
vermelho que te arrebata
com tamanha força e paixão,
te confundindo os sentidos
e espremendo o mais vital
dos órgãos, que te mata
a cada aperto, um coração
de sentimentos vívidos
querendo esse amor fatal.
Um comichão de morte
te pedindo uma cura,
alguém que possa coçar
e lhe faça só o bem,
tirando fora num corte
essa coceira que dura,
assim podendo te aliviar
e te dar tudo o que tem.
Às vezes o sonho é real
e a realidade um devaneio,
ambos despertos juntos
nesse confuso comichão,
mas o amor acalma o animal,
e a coceira que lhe veio
já virou defunto;
resta à vida uma paixão.

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