quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Máquina

Por tanto que se mexa,
essa estranha máquina,
carburando
esquentando,
explodindo,
ainda é velha,
cheia de graxa
nas galerias,
parece uma criança,
que bem que podia
ser jovem nessa malha
de excessos.
Retrocessos dessa vida
útil dessa velha
máquina estranha
que dilacera as entranhas
de seu ser,
seu hospedeiro,
seu viver,
seu viveiro.
E como segue em frente?
Como seguir em frente?
Como ir para frente?
Tem algo em mente?
Como cresceu até hoje,
sendo que a família
foi uma ilusão da infância
e uma realidade tardia?
Será que essa máquina
aguenta tanta covardia?
Desse mundo de merda
cheio de gente que
não presta?
Eu gostaria de ajudar,
eu me faço disponível
para tal.
Mesmo sendo tão perdido
e estranho nesse mal.
Se eu não me perder,
ajudo. Me ajude a
me encontrar, talvez eu
possa te ajudar a viver.
Não é uma troca de favores.
Nem compaixão, é apenas
eu,
seguindo,
vivendo
e ajudando,
nessa confusão,
essa máquina que talvez
seja um irmão meu.
Talvez seja eu.
Talvez seja seu.

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