quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Telefonema

Um telefonema;
aquele esperado ansiosamente
de muito, muito longe
é feito tão surpreendente
que esquece de tudo e onde,
até os problemas.

Essa conversa,
mesmo que curta, significa
muito, muito sentimento
que até magnifica
tal pequeno rebento
que atravessa.

A recepção
pode ser boa ou péssima,
mas não atrapalha a voz
que até na milésima
deixa laçar estes nós
no coração.

As saudades
que ficam, e não somem
palavras soltas incautas,
e o que sobra é o que falta,
agora esse destino só tem
as maldades.

Se despedem
daquele jeito apaixonado,
longo, sem querer desligar
o telefone, que quer soar,
as vozes dos coitados
se desprendem.

Não há choro,
apenas a doce memória
desse pequeno tempo
juntos, andando ao sol e vento,
fazendo uma nova história
em coro.

Não há "Adeus",
mas sim um "até logo,
apenas o bem eu te rogo"
e "queria você ao meu lado
para ter me esquentado
entre os braços teus."

Ambos sorriram.
"Deixará de ser fantasia
e voltará a ser realidade;
não tenho agonia,
só me resta a saudade..."
Beijos, desligam.

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