sexta-feira, 29 de abril de 2016

Silêncio opioide

Em meio ao silêncio,
a respiração ainda soa
profunda e barulhenta,
como se o espesso ar,
fosse da respiração tua,
que eu fosse inalar
tal como um opioide
de moderno urbanoide
a se dopar de realidade
e se preencher de sonhos
em uma vida desperta.
Uma overdose certa
só em sono forçado,
expirando ar viciado...

...às vezes, nem assim;
pois é, o silêncio,
apenas um conceito
teu, meu, nosso,
que se dá no momento
"quero, mas não posso";
um conceito latente
que lhe quer silente
da alheia existência,
enquanto esta se dopa
sonora e se silencia
até a próxima recaída.