Eu fecho os olhos e viajo,
penso nesse calor num riacho
mas acordo dentro da cidade,
já velha em sua idade,
com sua sociedade
que reclama como idosa,
sentindo a falta de uma rosa
ou outra flor qualquer cheirosa.
Às vezes a vida tira um sarro,
pois estava imaginando dentro do carro,
parado numa praça cheia de flores,
e essas vão caindo, com dores
de uma velha sem seus amores.
Essa cidade que um dia nasceu,
veio a crescer e até floresceu,
agora só engorda, envelheceu.
Nessa praça sem riacho, sonho
dentro do meu carro, faço rascunho
destes versos sobre essa gigante
São Paulo, que é fascinante
e vive expandindo inconstante.
E mesmo velha, se maquia
se renovando a cada ceia
mesmo suja, se floreia.
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