Hoje me senti um deus cristão,
onipotente,
onisciente,
talvez até onipresente.
Julguei, sem pensar, com meu dedão
a vida de duas formigas
que passeavam no prato
em direção ao meu pão.
O fiz sem pensar, sem cogitar
que as formigas são como nós;
que deuses humanos
fazem humanos enganos;
que as condenei a um destino atroz;
que, como num velho/novo testamento,
fui, como toda divindade, um tirano
aos mais frágeis que eu.