domingo, 12 de abril de 2020

Páscoa Avessa

Páscoa nesse domingo.
Todo mundo "dormindo"
enquanto escrevo.

As aspas no verbo acima
mostram o atual clima
de São Paulo, onde vivo:

não sou jesuíta,
mas vejo que parte de quem diz ser
não tem feito muito por merecer
enquanto casuísta.

Não sou jesuíta
mas me importa e respeito
a crença que guardam no peito,
sendo esta pacífica,

senão não há
motivo para dar respeito
a quem não tem.

Não sou jesuíta
porque não dependo
dele para exercer
a humanidade que sinto.

Sim, tenho mágoa
e a poesia não deságua
nestes versos.

É páscoa nesse domingo,
todo mundo está "dormindo"
enquanto os anticristos
saem por aí, bem vestidos,
exercendo a desumanidade
e a falta da cristandade.

Jesus, me perdoe,
mas não me misturo
com quem prega

a palavra no furo
de sua cruz,
ferindo tua mão.

Não tenho tanto amor
nem dou tanto perdão
para quem fere o próprio irmão.

Não sou jesuíta,
mas ainda tenho moral,
tenho noção, enquanto escriba.

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