terça-feira, 11 de dezembro de 2012
Volta a revolta
I:
Grande folha branca,
enfim voltei a ti.
Então direi o que vi,
me perdoe pelo que escrevi...
Vi um homem virar rato
e num dia comer mato,
e agora quer roer perna
nessa hora vil e eterna.
O tempo me passa lento
e o homem me dá veneno;
rato que ignora o fato
de ser bicho nojento.
Me apunhalou com palavras
mais afiadas que gumes
de facas que ceifam favas
e cortam suas lavouras.
Tomara que um dia reveja,
enquanto come suas larvas,
que tudo que agora almeja
virou comigo uma peleja.
II:
E lhe digo mais, ficarei
não sei onde, mas estarei,
e bem, e você me verá
e saberá que sou melhor
mesmo sem me vingar.
Pois, quem perdeu, é você.
Perdeu a mim, perdeu
meu respeito, que antes
recebeu, num instante.
Você não é digno de nada.
Não merece seu crédito,
não merece uma palavra.
Você é um moleque e mais nada.
Sua idade e posição não são
o que você realmente é,
pois até um qualquer, zé-mané,
vale de mais admiração.
III:
Tenho dó de ti, portanto,
não me vingo do que me fez
sem uma razão, duas ou três.
Minha vingança é sua vida.
Essa sua vidinha de merda.
Espero que aproveite também,
porque qualquer perda
agora é sua, para o seu bem.
E quando precisar,
sinto muito,
mas não vou te ajudar.
Tenho mais o fazer
e, no entanto,
vou sentir dó de você.
Pois você é um merda,
sempre foi e sempre será.
E, junto com qualquer merda,
a privada, é o seu lugar.
IV:
Me desculpe, branca folha,
mas eu precisava desabafar.
Algo me atormenta, um pulha
que acha que pode me mandar.
Encontrou a pessoa errada
para ofender e maltratar.
Acha que sou só um nada,
mas nesse mar só eu sei nadar.
Em ti, folha branca, passo tinta preta,
a minha cor, a cor de quem enfrenta.
É a cor de quem não tem medo.
E dessa cor eu bem entendo,
pois não existe hierarquia para mim.
Isso é uma ideia que precisa de um fim.
quarta-feira, 24 de outubro de 2012
Hoje trabalho é prisão
Engraçado como pessoas fogem do sol
se escondendo atrás de longas cortinas
em salas iluminadas por luzes brancas
mais danosas que a luz do grande astro.
Contentam-se com paredes e ar viciado
mentindo à si mesmos que é mais limpo
que o ar de fora e que melhora o local
onde perdem cerca de 9 horas de vida
a cada 5 dias da semana, achando que
é pura liberdade estar preso num prédio
em que sem identificação não se entra
nem sai, assim como feito em uma prisão.
Somos escravos de um ambiente gerado
por uma filosofia que gera prisioneiros
do dinheiro.
Trabalho não é mais habilidade,
é um mal necessário.
Trabalho deixou de ser sua capacidade
feita com amor.
Trabalho hoje em dia é serviço.
Servir alguém.
Servir.
Ser servo.
Ser subordinado.
E servir,
ao vil ser.
E viver sob suas malditas condições.
Eu ODEIO luz branca, artificial, como
o ar condicionado, manipulado, como
o prédio, prisão, como o dinheiro,
que limita a nossa vida e serve apenas
aos que mandam em nós.
Eu não suporto mais tanta burrocracia.
Eu não aguento mais falta de atitude.
Quebrei minha corrente, quebrei a estrutura
deste poema, versos atrás.
Eu apertei o foda-se.
Não gostou?
FODA-SE.
se escondendo atrás de longas cortinas
em salas iluminadas por luzes brancas
mais danosas que a luz do grande astro.
Contentam-se com paredes e ar viciado
mentindo à si mesmos que é mais limpo
que o ar de fora e que melhora o local
onde perdem cerca de 9 horas de vida
a cada 5 dias da semana, achando que
é pura liberdade estar preso num prédio
em que sem identificação não se entra
nem sai, assim como feito em uma prisão.
Somos escravos de um ambiente gerado
por uma filosofia que gera prisioneiros
do dinheiro.
Trabalho não é mais habilidade,
é um mal necessário.
Trabalho deixou de ser sua capacidade
feita com amor.
Trabalho hoje em dia é serviço.
Servir alguém.
Servir.
Ser servo.
Ser subordinado.
E servir,
ao vil ser.
E viver sob suas malditas condições.
Eu ODEIO luz branca, artificial, como
o ar condicionado, manipulado, como
o prédio, prisão, como o dinheiro,
que limita a nossa vida e serve apenas
aos que mandam em nós.
Eu não suporto mais tanta burrocracia.
Eu não aguento mais falta de atitude.
Quebrei minha corrente, quebrei a estrutura
deste poema, versos atrás.
Eu apertei o foda-se.
Não gostou?
FODA-SE.
quinta-feira, 18 de outubro de 2012
Conto do rei Canuto - Alegoria para incitar Anarquia
Sentado em seu trono, ao mar,
rei Canuto tentou ordenar
a ascensão da maré parar,
mas viu que mesmo um rei
não tem poder, sequer de lei,
para nas ondas do mar mandar.
"As revoluções das Idéias -
pensou - arrebentam suas teias
e fazem a sociedade mudar."
Viu que o reino não era seu
e, então, logo compreendeu
que não faz sentido governar,
pois qualquer autoridade
é fruto da pura maldade
que está fadada a falhar,
haja visto por essas ondas
que, do destino, são as pontas
de flechas prontas para matar.
Pois qualquer insurreição
deriva da simples situação
do "mais fraco" se revoltar
ao ver que, acima, tem alguém
que, também ao outrem,
consegue, sempre, controlar.
Ao tentar controlar a maré,
percebeu que nem a sua fé
iria protegê-lo de se molhar.
"Se nascemos todos iguais,
somos livres e, nunca, jamais
devemos nos ajoelhar."
Mas como só ele entendia,
aos perigosos nada falaria
e continuaria, por fim, a reinar...
E assim continuou a história,
revirando na nossa memória,
com coceira para revolucionar...
...Talvez um singelo e lindo dia
o povo entenderá essa hipocrisia
e verá que dela deve se libertar.
--
Sim, todas as rimas foram intencionais, até no título.
Segue a charge de John Power abaixo para risos posteriores:
Retirada do site www.cartoonstock.com
rei Canuto tentou ordenar
a ascensão da maré parar,
mas viu que mesmo um rei
não tem poder, sequer de lei,
para nas ondas do mar mandar.
"As revoluções das Idéias -
pensou - arrebentam suas teias
e fazem a sociedade mudar."
Viu que o reino não era seu
e, então, logo compreendeu
que não faz sentido governar,
pois qualquer autoridade
é fruto da pura maldade
que está fadada a falhar,
haja visto por essas ondas
que, do destino, são as pontas
de flechas prontas para matar.
Pois qualquer insurreição
deriva da simples situação
do "mais fraco" se revoltar
ao ver que, acima, tem alguém
que, também ao outrem,
consegue, sempre, controlar.
Ao tentar controlar a maré,
percebeu que nem a sua fé
iria protegê-lo de se molhar.
"Se nascemos todos iguais,
somos livres e, nunca, jamais
devemos nos ajoelhar."
Mas como só ele entendia,
aos perigosos nada falaria
e continuaria, por fim, a reinar...
E assim continuou a história,
revirando na nossa memória,
com coceira para revolucionar...
...Talvez um singelo e lindo dia
o povo entenderá essa hipocrisia
e verá que dela deve se libertar.
--
Sim, todas as rimas foram intencionais, até no título.
Segue a charge de John Power abaixo para risos posteriores:
Retirada do site www.cartoonstock.com
terça-feira, 11 de setembro de 2012
Love and art
Love isn't countable
or measurable.
We can't qualify it
nor explain it.
Love is to feel;
don't try analyse it,
is impossible when it's real.
You can't say what's wrong
or what's right in a song,
since art is like love,
has no rules from up above.
Is a free form of expression
and it needs only freedom
so you can experience it
without regrets
and make it fit
in your life at last.
If you don't make room
for love and art
in your heart,
you'll live in gloom
right from the start.
--
I can only say what I like or dislike, but I can't make universal rules over things beyond transcendental.
or measurable.
We can't qualify it
nor explain it.
Love is to feel;
don't try analyse it,
is impossible when it's real.
You can't say what's wrong
or what's right in a song,
since art is like love,
has no rules from up above.
Is a free form of expression
and it needs only freedom
so you can experience it
without regrets
and make it fit
in your life at last.
If you don't make room
for love and art
in your heart,
you'll live in gloom
right from the start.
--
I can only say what I like or dislike, but I can't make universal rules over things beyond transcendental.
segunda-feira, 10 de setembro de 2012
Como viver sem medo?
I - Incerteza:
Disse que "é tempo de viver sem medo",
frase que ecoou como um raro segredo,
profundamente dentro de mim.
Mas como poderei, se bravura é mágoa
aos outros, cujos olhos enchem de água
que rolará como rio sem fim?
Sou sincero, mas sabendo que machuco
quem amo, me sinto triste e, como louco,
me torturo e sinto tal medo.
Esse medo que vira coragem desregrada
para fazer alguma coisa que os desagrada
e terminar com a dor, cedo.
Medo que acaba com o amor incontável,
imensurável, indecifrável e até indomável.
Se tenho medo de admitir,
qual é o sentido em poder sentir tal amor
que me traz em meio a alegria, tanta dor?
Será que o medo vai sumir?
--
II - Tristeza:
Será que o devo sentir?
Será que o amor que penso existir
é o amor que faz me reprimir?
Será que o medo me impede de realmente existir e sentir?
Não sei mais nada e, às vezes, tenho medo de saber.
E cada vez mais tenho muito medo de sonhar.
E cada vez mais é doloroso viver.
Como seria bom se a sociedade me aceitasse
como sou e minha sinceridade não magoasse.
Disse que "é tempo de viver sem medo",
frase que ecoou como um raro segredo,
profundamente dentro de mim.
Mas como poderei, se bravura é mágoa
aos outros, cujos olhos enchem de água
que rolará como rio sem fim?
Sou sincero, mas sabendo que machuco
quem amo, me sinto triste e, como louco,
me torturo e sinto tal medo.
Esse medo que vira coragem desregrada
para fazer alguma coisa que os desagrada
e terminar com a dor, cedo.
Medo que acaba com o amor incontável,
imensurável, indecifrável e até indomável.
Se tenho medo de admitir,
qual é o sentido em poder sentir tal amor
que me traz em meio a alegria, tanta dor?
Será que o medo vai sumir?
--
II - Tristeza:
Será que o devo sentir?
Será que o amor que penso existir
é o amor que faz me reprimir?
Será que o medo me impede de realmente existir e sentir?
Não sei mais nada e, às vezes, tenho medo de saber.
E cada vez mais tenho muito medo de sonhar.
E cada vez mais é doloroso viver.
Como seria bom se a sociedade me aceitasse
como sou e minha sinceridade não magoasse.
terça-feira, 28 de agosto de 2012
Soneto da Infantil Vingança
Ontem eu obtive
mais uma falação
que me deprime,
dói meu coração,
ao ver tal ódio
virar um plano
ao invés do ócio
tornar ameno
tal sentimento
que apenas fere
nosso contento
numa vingança
que não se espere
nem de criança.
mais uma falação
que me deprime,
dói meu coração,
ao ver tal ódio
virar um plano
ao invés do ócio
tornar ameno
tal sentimento
que apenas fere
nosso contento
numa vingança
que não se espere
nem de criança.
terça-feira, 12 de junho de 2012
Te vi
Te vi andar na praia
pulando cada onda
pegando uma concha
na leve maré baixa
Te vi rodar sua saia
como quem é cigana
quente como chama
que na fogueira baila
Te puxei para dançar
comigo
Para sussurrar no seu
ouvido
Que pode ser o tempo
que for
Você sempre será o
meu amor
pulando cada onda
pegando uma concha
na leve maré baixa
Te vi rodar sua saia
como quem é cigana
quente como chama
que na fogueira baila
Te puxei para dançar
comigo
Para sussurrar no seu
ouvido
Que pode ser o tempo
que for
Você sempre será o
meu amor
Dia dos namorados longe dela
Fiquei muito tempo sem lhe escrever.
Faltava-me inspiração.
Faltava-me motivação.
Faltava-me você,
como me falta agora.
O trabalho, ocupando meu pensamento,
onde você deveria ocupar.
A família tomando o meu tempo,
que você deveria gastar,
como justamente essa hora.
Tic-tac do ponteiro, sem demora,
é assim que o tempo deveria passar
longe de quem me namora,
com quem quero sempre estar,
nesse minuto, nessa hora.
Em qualquer lugar.
Então conto os segundos,
que passam depressa
dentro dos minutos
dessa nossa peça,
que nunca vai acabar.
É terça-feira e ainda tenho mais um tempo para esperar.
Quem sabe lhe escrevendo poemas faço o tempo passar...
--
Te amo. ;*
Faltava-me inspiração.
Faltava-me motivação.
Faltava-me você,
como me falta agora.
O trabalho, ocupando meu pensamento,
onde você deveria ocupar.
A família tomando o meu tempo,
que você deveria gastar,
como justamente essa hora.
Tic-tac do ponteiro, sem demora,
é assim que o tempo deveria passar
longe de quem me namora,
com quem quero sempre estar,
nesse minuto, nessa hora.
Em qualquer lugar.
Então conto os segundos,
que passam depressa
dentro dos minutos
dessa nossa peça,
que nunca vai acabar.
É terça-feira e ainda tenho mais um tempo para esperar.
Quem sabe lhe escrevendo poemas faço o tempo passar...
--
Te amo. ;*
quinta-feira, 19 de abril de 2012
Reflexão e alienação
Deveria ter mais cuidado em me alienar.
A sociedade se mostra mais falsa e ruim
e não quero contato, nem me relacionar
mas também não precisa ser este o fim,
pode ser mais um novo início nessa vida
cheia de recomeços e batalhas vencidas,
derrotas e estradas tortas caminhadas
onde nem toda lembrança minha é vívida.
Hoje entendo todas as quatro paredes
que criei pelas decepções que às vezes
senti ao longo do tempo que percorri
e percebo que, embora eu tenha sorte,
às vezes realmente prefiro minha morte
do que lembrar do tempo que eu perdi.
A sociedade se mostra mais falsa e ruim
e não quero contato, nem me relacionar
mas também não precisa ser este o fim,
pode ser mais um novo início nessa vida
cheia de recomeços e batalhas vencidas,
derrotas e estradas tortas caminhadas
onde nem toda lembrança minha é vívida.
Hoje entendo todas as quatro paredes
que criei pelas decepções que às vezes
senti ao longo do tempo que percorri
e percebo que, embora eu tenha sorte,
às vezes realmente prefiro minha morte
do que lembrar do tempo que eu perdi.
segunda-feira, 26 de março de 2012
Soneto da nossa dança
Gosto mais quando seus pés passeiam com os meus,
indo para esquerda e direita, frente e trás, e até girar
juntos, ao longo da pista, enquanto estamos a dançar
às músicas que fazem meus sentimentos serem seus.
Você confia-me seus movimentos dando me as mãos
que eu puxo, empurro e aperto, mas com suavidade;
não vou te machucar, só quero te dar uma liberdade
para girar e suar enquanto pulsa com o meu coração.
Temos um ritmo só nosso, dançamos à nossa batida,
aquela que nos deixa soltos e até presos um ao outro.
No final, a melodia vem das palavras de amor ditas.
E o ritmo vem das batidas fortes de nossos corações,
dos passos onde seu olhar a faz brilhar mais que ouro
e que mexem os nossos corpos pelas belas canções.
indo para esquerda e direita, frente e trás, e até girar
juntos, ao longo da pista, enquanto estamos a dançar
às músicas que fazem meus sentimentos serem seus.
Você confia-me seus movimentos dando me as mãos
que eu puxo, empurro e aperto, mas com suavidade;
não vou te machucar, só quero te dar uma liberdade
para girar e suar enquanto pulsa com o meu coração.
Temos um ritmo só nosso, dançamos à nossa batida,
aquela que nos deixa soltos e até presos um ao outro.
No final, a melodia vem das palavras de amor ditas.
E o ritmo vem das batidas fortes de nossos corações,
dos passos onde seu olhar a faz brilhar mais que ouro
e que mexem os nossos corpos pelas belas canções.
quinta-feira, 15 de março de 2012
Bolso mártir
Se meu bolso sangrasse dinheiro
talvez eu fosse ao banco, em chance
de doar um pouco desse sangue
e ajudar uma parte do mundo inteiro.
Seria um mártir feliz,
mas viveria sempre por um triz.
Ambição é diferente de ganância.
Sei que muitos são os ambiciosos
que realmente apenas gananciosos.
Eu teria medo dessa ignorância.
Meu sangue esgotaria
e mesmo assim não bastaria.
Tenho dó dessa gente
que só tem em mente
comprar de repente
e não viver intensamente.
de doar um pouco desse sangue
e ajudar uma parte do mundo inteiro.
Seria um mártir feliz,
mas viveria sempre por um triz.
Ambição é diferente de ganância.
Sei que muitos são os ambiciosos
que realmente apenas gananciosos.
Eu teria medo dessa ignorância.
Meu sangue esgotaria
e mesmo assim não bastaria.
Tenho dó dessa gente
que só tem em mente
comprar de repente
e não viver intensamente.
terça-feira, 28 de fevereiro de 2012
Avaliação
Tristeza é a maior certeza
de um drama que ainda persiste,
de um autor que não mais existe.
As cartas são todas chatas.
No fundo queremos estar ao lado
da pessoa que nos mandou recado.
Sempre vibro com um livro,
se for ruim, apenas dou um fim,
pois não serve mais para mim.
A escrita pode ser restrita
e a vida, infinita, num papel.
Existe o amargo e também o mel.
Nem sempre tudo acaba em fel.
de um drama que ainda persiste,
de um autor que não mais existe.
As cartas são todas chatas.
No fundo queremos estar ao lado
da pessoa que nos mandou recado.
Sempre vibro com um livro,
se for ruim, apenas dou um fim,
pois não serve mais para mim.
A escrita pode ser restrita
e a vida, infinita, num papel.
Existe o amargo e também o mel.
Nem sempre tudo acaba em fel.
terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
Simplicidade Complexa do Amor
Assim que todo amor é,
um pouco confessional, não é?
Você fala e eu lhe escuto,
não importa o tamanho do susto.
Eu falo e você me escuta,
depois em mim você recosta.
Mesmo quando você silencia,
transborda aquela doce inocência
de um coração apaixonado
que não fala, mas pulsa o seu recado.
E quando me falta a voz,
meus olhos escrevem para ti sobre nós.
Meu sentimento é, simples e terno,
como o seu, complexo e eterno.
um pouco confessional, não é?
Você fala e eu lhe escuto,
não importa o tamanho do susto.
Eu falo e você me escuta,
depois em mim você recosta.
Mesmo quando você silencia,
transborda aquela doce inocência
de um coração apaixonado
que não fala, mas pulsa o seu recado.
E quando me falta a voz,
meus olhos escrevem para ti sobre nós.
Meu sentimento é, simples e terno,
como o seu, complexo e eterno.
Se eu tiver uma filha...
Se um dia eu tiver uma filha,
que ela seja como sua mãe:
calma; nunca fique na pilha,
vá comigo comprar uns pães
(sim vai ganhar um sorvete,
sonho, um ou outro presente);
perspicaz como uma agulha;
quente, queima como fagulha.
Que seja aquela criança linda,
futura dor de cabeça minha;
mesmo longe será bem-vinda,
pois é minha filha, menininha.
Que seja feliz com um cara
que lhe dê a felicidade rara
e a trate bem como mereça,
com todo amor de uma peça.
Que faça tudo o que gosta
e saiba que dinheiro é papel,
pois só amor é a resposta
e seu limite está lá no céu.
Ainda não sei o seu nome,
só sei que será o meu fruto,
que a vida pegará com fome,
e vai viver nesse mundo bruto.
Tome cuidado, amor que ainda não tenho.
Mas VIVA sua vida, (m)seu maior empenho.
que ela seja como sua mãe:
calma; nunca fique na pilha,
vá comigo comprar uns pães
(sim vai ganhar um sorvete,
sonho, um ou outro presente);
perspicaz como uma agulha;
quente, queima como fagulha.
Que seja aquela criança linda,
futura dor de cabeça minha;
mesmo longe será bem-vinda,
pois é minha filha, menininha.
Que seja feliz com um cara
que lhe dê a felicidade rara
e a trate bem como mereça,
com todo amor de uma peça.
Que faça tudo o que gosta
e saiba que dinheiro é papel,
pois só amor é a resposta
e seu limite está lá no céu.
Ainda não sei o seu nome,
só sei que será o meu fruto,
que a vida pegará com fome,
e vai viver nesse mundo bruto.
Tome cuidado, amor que ainda não tenho.
Mas VIVA sua vida, (m)seu maior empenho.
sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012
Se até o mundo muda, tudo muda.
A culpa é sua, todos vocês me colocaram aqui.
Olha para a lua, gostaria de saber o que não vi.
Em carne crua, não deixo a vingança me invadir.
A Terra muda. A massa é surda. Haverá turba.
Poucos entendem as palavras ditas,
muitas delas devem ser esquecidas,
muitas outras até serão lembradas.
E a ordem cairá. O império cederá. A sua fé acabará.
E vocês terão como destino a total incerteza.
Sempre na paranóia de que podem ser presas
para a metamorfose constante de suas belezas.
Quem não me ouviu, sequer viu que o mundo ruiu.
Olha para a lua, gostaria de saber o que não vi.
Em carne crua, não deixo a vingança me invadir.
A Terra muda. A massa é surda. Haverá turba.
Poucos entendem as palavras ditas,
muitas delas devem ser esquecidas,
muitas outras até serão lembradas.
E a ordem cairá. O império cederá. A sua fé acabará.
E vocês terão como destino a total incerteza.
Sempre na paranóia de que podem ser presas
para a metamorfose constante de suas belezas.
Quem não me ouviu, sequer viu que o mundo ruiu.
quarta-feira, 11 de janeiro de 2012
Impending Doom
I sense impending doom
reaching all of us,
even me and you.
I can hear it coming soon,
sudden in a rush,
crushing the fool.
Even crushing every room
of a selfish world
hanging on a string.
Dark wave from the moon
won't give a word,
you won't feel a thing.
There's no futher notice.
There's nothing to fear.
Because the human race,
is fated to disappear.
Say to me "good riddance,
none shall pass".
Since we have no chance,
I only say "alas".
At last.
--
Para aqueles que, diferente de mim, acreditam que o fim do mundo ocorrerá em 21/12/2012.
reaching all of us,
even me and you.
I can hear it coming soon,
sudden in a rush,
crushing the fool.
Even crushing every room
of a selfish world
hanging on a string.
Dark wave from the moon
won't give a word,
you won't feel a thing.
There's no futher notice.
There's nothing to fear.
Because the human race,
is fated to disappear.
Say to me "good riddance,
none shall pass".
Since we have no chance,
I only say "alas".
At last.
--
Para aqueles que, diferente de mim, acreditam que o fim do mundo ocorrerá em 21/12/2012.
Explicação sobre inspiração
Vou explicar um pouco, assim...
Quando escrevo há um pouco de tudo, há um pouco de mim.
Nem sempre sou eu falando,
às vezes é minha imaginação, às vezes é alguém sussurrando.
Não tenho um controle,
acontece mais rápido que eu possa dizer algo como "prole".
Palavras saltam na minha mente,
Me tomam de assalto, e me vejo escrevendo algo de repente.
Eu sou tudo que está na poesia
e também não sou mais. Sou uma inconstante, ambulante afasia.
São ensaios de meus alter-egos,
que nada tem de conteúdo e se mostram um tanto cegos.
Não sei nada deles, nem os nomes,
só sei que eles brotam, crescem, e talvez usem pronomes.
Sou atormentado pela criatividade?
Sou perturbado por espíritos? Tenho inspiração e vontade?
Não sei, só sei que funciono assim.
E por tristeza ou felicidade, sei que essa loucura não tem fim.
Quando escrevo há um pouco de tudo, há um pouco de mim.
Nem sempre sou eu falando,
às vezes é minha imaginação, às vezes é alguém sussurrando.
Não tenho um controle,
acontece mais rápido que eu possa dizer algo como "prole".
Palavras saltam na minha mente,
Me tomam de assalto, e me vejo escrevendo algo de repente.
Eu sou tudo que está na poesia
e também não sou mais. Sou uma inconstante, ambulante afasia.
São ensaios de meus alter-egos,
que nada tem de conteúdo e se mostram um tanto cegos.
Não sei nada deles, nem os nomes,
só sei que eles brotam, crescem, e talvez usem pronomes.
Sou atormentado pela criatividade?
Sou perturbado por espíritos? Tenho inspiração e vontade?
Não sei, só sei que funciono assim.
E por tristeza ou felicidade, sei que essa loucura não tem fim.
Estou feliz na penumbra
Estou feliz na penumbra,
no canto escuro,
com os olhos cerrados.
Onde nada vejo.
Onde há apenas desejo.
Onde ouço seu bocejo.
Onde recebo seu beijo.
A música me salva.
A poesia me salva.
O amor me salva.
Todos lavam minha alma.
Não quero ouvir problemas,
apenas o som dos discos,
o som dos instrumentos.
Estou feliz onde ninguém me vê.
Onde só eu estou presente,
além de você.
A sua voz é música.
O seu corpo é música.
Você é música.
E é tudo que quero ouvir.
Tudo que quero sentir.
no canto escuro,
com os olhos cerrados.
Onde nada vejo.
Onde há apenas desejo.
Onde ouço seu bocejo.
Onde recebo seu beijo.
A música me salva.
A poesia me salva.
O amor me salva.
Todos lavam minha alma.
Não quero ouvir problemas,
apenas o som dos discos,
o som dos instrumentos.
Estou feliz onde ninguém me vê.
Onde só eu estou presente,
além de você.
A sua voz é música.
O seu corpo é música.
Você é música.
E é tudo que quero ouvir.
Tudo que quero sentir.
Um pedido
Estou cheio de ter que agradar todo mundo,
prefiro estar enterrado em um buraco fundo.
Mas todo mundo quer arrancar algo de mim,
parece que as exigências nem sequer tem fim.
Ninguém percebe que eu peço coisa nenhuma.
Não exijo, não preciso de nada, coisa alguma.
A família não entende, os amigos muito menos.
Parece que é melhor me isolar, sem dar acenos.
É muito fácil falar de mim sem olhar seu umbigo,
é muito fácil tratar comigo como seu inimigo.
É muito fácil pedir, eu faço sem sequer reclamar,
e querem minha companhia, e sempre estou lá.
Mas me ouvir, me levar em consideração,
parece um martírio sem perdão.
Fazer algo que eu peço parece um esforço,
isso faz me sentir um completo estorvo.
Por favor, não me dirijam a palavra,
nunca mais.
Ficarei com minha música, minha safra
e nada mais.
prefiro estar enterrado em um buraco fundo.
Mas todo mundo quer arrancar algo de mim,
parece que as exigências nem sequer tem fim.
Ninguém percebe que eu peço coisa nenhuma.
Não exijo, não preciso de nada, coisa alguma.
A família não entende, os amigos muito menos.
Parece que é melhor me isolar, sem dar acenos.
É muito fácil falar de mim sem olhar seu umbigo,
é muito fácil tratar comigo como seu inimigo.
É muito fácil pedir, eu faço sem sequer reclamar,
e querem minha companhia, e sempre estou lá.
Mas me ouvir, me levar em consideração,
parece um martírio sem perdão.
Fazer algo que eu peço parece um esforço,
isso faz me sentir um completo estorvo.
Por favor, não me dirijam a palavra,
nunca mais.
Ficarei com minha música, minha safra
e nada mais.
Soneto da realização de porra nenhuma
Eu odeio me sentir forçado,
parece que tudo na minha vida
acontece contra minha vontade.
É o triste retrato da existência.
Gostaria de ter me realizado,
mas sou um fracasso em dívida
com a minha triste realidade.
Uma falha, eterna penitência.
Como pude deixar acontecer?
Tantas coisas me sufocam
nem preciso de suicídio para morrer.
Me deixem, em paz, desaparecer.
Quero que todos se fodam.
Me deixem sozinho, quero viver.
parece que tudo na minha vida
acontece contra minha vontade.
É o triste retrato da existência.
Gostaria de ter me realizado,
mas sou um fracasso em dívida
com a minha triste realidade.
Uma falha, eterna penitência.
Como pude deixar acontecer?
Tantas coisas me sufocam
nem preciso de suicídio para morrer.
Me deixem, em paz, desaparecer.
Quero que todos se fodam.
Me deixem sozinho, quero viver.
Viver é sofrer
Necessito da solidão,
como necessito do ar.
De tempos em tempos
penso em como acabar
com tudo isso
com minha vida
com meu sufoco
na existência
divina
amaldiçoada
indiferente.
Eu não entendo como posso gostar
de sofrer e de ficar sozinho,
mas gosto, sempre gostei da dor,
só um pouquinho.
Não sei como posso aturar
o mundo no meu caminho,
mas gosto de percorrê-lo só
e um tanto perdido.
Se eu não tivesse amor,
seria tudo mais fácil,
nunca seria dócil
nem mesmo teria dor.
Por que viver me traz mais dor?
Por que viver me faz sofrer?
Talvez sozinho eu encontrasse
conforto
felicidade
paz
tranquilidade.
Gosto de estar só, não sei bem porquê,
mas gosto de ser assim.
Isto é tudo, e só.
como necessito do ar.
De tempos em tempos
penso em como acabar
com tudo isso
com minha vida
com meu sufoco
na existência
divina
amaldiçoada
indiferente.
Eu não entendo como posso gostar
de sofrer e de ficar sozinho,
mas gosto, sempre gostei da dor,
só um pouquinho.
Não sei como posso aturar
o mundo no meu caminho,
mas gosto de percorrê-lo só
e um tanto perdido.
Se eu não tivesse amor,
seria tudo mais fácil,
nunca seria dócil
nem mesmo teria dor.
Por que viver me traz mais dor?
Por que viver me faz sofrer?
Talvez sozinho eu encontrasse
conforto
felicidade
paz
tranquilidade.
Gosto de estar só, não sei bem porquê,
mas gosto de ser assim.
Isto é tudo, e só.
Soneto deprimido
Eu erro. E quando erro, me desespero.
Meu desespero é parte desse enterro.
Meu erro é acreditar no que é efêmero
enquanto espero viver sem meu erro.
Este aferro emotivo é o que mais quero,
é meu mísero desejo. Sólido como ferro.
Então emperro, gosto do sofrer, é fero,
mas sincero, então por aqui eu encerro.
Uma observação: quanto mais machuco,
mais me sinto machucado. Meio maluco,
mas é como funciona esse meu coração.
Conheço o perdão. Perdôo até a morte,
não guardo o ódio, mas sofro sem sorte.
Não entendo a minha maldita depressão.
Meu desespero é parte desse enterro.
Meu erro é acreditar no que é efêmero
enquanto espero viver sem meu erro.
Este aferro emotivo é o que mais quero,
é meu mísero desejo. Sólido como ferro.
Então emperro, gosto do sofrer, é fero,
mas sincero, então por aqui eu encerro.
Uma observação: quanto mais machuco,
mais me sinto machucado. Meio maluco,
mas é como funciona esse meu coração.
Conheço o perdão. Perdôo até a morte,
não guardo o ódio, mas sofro sem sorte.
Não entendo a minha maldita depressão.
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