quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
Cold Apple Red
I want to bite you
And savor your very flesh.
Spill seeds through
Every night and day
And make you feel astray.
Your juicy body tastes
Sweet and bitter,
Your royal red skin sweats
Sugar running river.
Peel smooth and body firm,
Perfect to grab and turn.
Once bitten you shake
A mix of pleasure and pain
Runs deep in your veins,
Before the day breaks
And make us feel good,
As it always should.
Too bad that you grow so far
And mature away.
When the sun shines it's first rays,
An apple sparks like a star,
Only in the north to be bound,
Rare in the south around.
I'll never forget your flavor
Because there's nothing alike.
I dream, in everyday of labour,
About finding you on my next hike.
I wish I could be your root tree,
Even though you're born to be free.
This fruit always had it's choice.
So with my old raspy voice
I'll sing this poem out loud
To everyone in the crowd,
And say, maybe out of tune,
That I still miss your perfume.
--
Em inglês desta vez, talvez tenha erros de concordância(correções?), ou não.
É a terceira versão desse poema, agora acho que ficou bom, espero que goste. :)
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
Na Cantina
Quer uma chance de se destacar
Conversa com ele constantemente
Esperança é o máximo que pode dar
Ele não vê o que eu vejo,
A chance de noites brancas
Só percebe o que percebo,
Que é mais uma entre tantas
É um almoço talvez frutífero,
Mas ainda não é uma porta aberta
Ele soa como um sonífero,
Você como de todas a mais bela
Talvez você não me entenda
Como um tolo permaneço na mesa
Com lápis, tenho certa destreza
Esboço para você nessa vivenda
Encantado por cada gesto
Enfeitiçado por cada palavra
Nunca mais verei seu rosto,
Mesmo assim a memória desbrava
Coragem me falta tal qual autor
E me mato, enlouqueço e escrevo
Não cogito, melhor o desprezo
Deixo o local, sem sentir dor.
--
Saiu de primeira, não é nada demais, escrevi rápido, depois faço algo mais elaborado.
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
Melhorando devagar e sempre
Esses últimos meses foram completamente estranhos, aliás, esse ano inteiro está sendo estranho para mim. Problemas de saúde, fim de relacionamento, indecisão, bloqueio mental, situações desregradas, acidentes de carro, brigas, uma maravilha de ano, e olha que ainda falta pouco mais de três meses para terminar.
Com tantos problemas, resolvi realmente a me apegar a certas situações, a deixar alguma coisa me influenciar, voltei a falar com pessoas que pensei que nunca mais veria na vida(foi muito bom, estava com saudades de muita gente), conheci novas pessoas(algumas legais, outras nem tanto, acho que pensam o mesmo de mim), comecei a me importar pouco com o que os outros pensam e resolvi tomar mais ações. Estou contente com esta evolução pessoal, e agora voltei a ler e escrever, isto é realmente um alívio! Ainda tenho uma chama de criatividade(que não nada à lá Shakespeare, Camões e Chico Buarque, mas dá para o gasto...) que me impulsiona, consegui ontem pegar algo que ocorreu no sábado e transformar em tercetos rimados, poesia pobre, eu sei, ainda não peguei o jeito da poesia rica, mas o que importa é que saiu algo, e de bom gosto, pelo menos para mim.
Tenho que agradecer muitas pessoas pelo estado em que me encontro agora, agradecer principalmente uma pessoa que me trouxe apenas bondade e alegria, só desejo coisas boas para você, onde você estiver.
--
Paz!
Limite do acaso
Brincou com um idiota pela noite
No banco traseiro, me olhando
Tentei falar, mas fechou a janela
Suas amigas ficaram te escondendo
Pensei: "Agora vou falar com ela!"
Sinal verde, tomei uma atitude
O que te fez continuar sorrindo?
Quase atropelado, fiz o que pude
Era algo que tinha que descobrir
Corri até as pernas cansarem
O táxi acelerou e a vi partir
Revendo tudo, não me arrependo
Ainda me lembro do seu aceno,
Do beijo lançado noite adentro.
--
Faz um tempo que não escrevo por aqui.
quarta-feira, 27 de maio de 2009
Alguns erros
Todos cometemos erros
Não há espanto
Apenas o desespero
Seja num copo cheio
Ou numa brasa
Talvez um grito
E a água vaza
Perde a noção
Se deixa embriagar
Prazer de hora
Não pensa ao falar
Traz arrependimento
Não tinha controle
Sem viagem no tempo
Se afoga em culpa
Talvez não tenha perdão
Não suporta tanta dor
Quer falar ao seu irmão
Que é dele o seu amor.
--
Paz.
Um caminho
um canal despido
Desprovido de proteção,
apenas educação
Não desagua em mar algum,
talvez canto nenhum
Percorre saindo da sombra,
ainda não tromba
Chega à quente claridade,
esquenta a cidade
Esse caminho sempre a fluir,
guia à quem partir.
--
Inspirado em uma foto que tirei em Curitiba.
Paz!
sexta-feira, 22 de maio de 2009
GO!
It's wonderful to feel like this
Remember times of no gain
Now it burned down, no more bliss
Have another ride around
Wait and it will be found
It's the way I see
Enjoy every minute.
--
A little peace & love for us!
terça-feira, 28 de abril de 2009
Para João e Luciana
Quando aconteceu, não esperavam
Crianças não são, adultos estão
E muitos anos já se passaram
Trajetória cheia de batalhas
Cotidiano de luta e conquista
Cheios de força, nada atrapalha
Futuro próspero sempre em vista
Não há metáfora ideal para usar
Juntos, vocês são perfeitos
Desnecessário tentar explicar
Inspiradores são seus feitos
O amor de vocês é fantástico
Quebra muros e barreiras
Deixa o incrédulo estático
Atravessa todas as fronteiras
Me sinto honrado pelo convite
Casal lindo, dois seres completos
Prova concreta de que existe
Paixão que torna corações repletos
Meus amigos, Luciana e João,
Por vocês tenho muita admiração
Continuem fazendo dessa vida
Juntos, uma grande celebração.
--
Para os primeiros casados da turma!!! =D
Tenho profunda admiração por vocês!
Deixo esse poema como homenagem. =D
Não é nada demais, mas é de coração. Felicidades plenas!
Paz!
Ernesto.
segunda-feira, 20 de abril de 2009
Sonho de ócio de feriado
Toma um banho, faz a barba, até tira parte das costeletas que insistiram em ficar no seu rosto por mais de dois anos, e lógico que no processo houve um corte, mas uma pomada resolve tudo. Fez a rotina de sempre, só que nesse domingo decidiu até ouvir o segundo tempo do clássico enquanto dirigia, para poder aproveitar melhor, assistir os primeiros quarenta e cinco minutos foi meio que obrigatório, se tem uma coisa que aprendeu ao longo dos anos é conciliar as suas paixões. Intervalo e zero para os dois no placar, "hora de sair". Entrou no carro, e durante o intervalo ouviu umas músicas para desestressar, fora abastecer o carro. Sai do posto e começa o segundo tempo, quando está no meio do caminho sai o primeiro gol, que alívio! Não dá nem tempo de comemorar direito, o semáforo ainda não abriu e sai o segundo gol! Explosão de alegria! Abre os vidros, desliga o rádio, "que dia perfeito", mesmo sendo outono. Não ouve o resto do jogo, nem se preocupa.
Chega na cafeteria. Mas o que era uma conversa tranqüila entre dois adultos que já passaram da idade das intrigas e indecisões amorosas de adolescentes, acaba em discussão e percebe-se que até os adultos mais sensatos conseguem ser infantis. Ele não consegue encarar o fato de ser rejeitado depois de tantos motivos, beijos perdidos, noites mal dormidas e declarações ternas, e ela não quer arriscar algo que tem mesmo amando este que está sentado a sua frente muito mais do que aquele que volta só depois do feriado(desconfiança).
- Eu sei que você tem namorado, pode não dar certo isso, mas eu tenho que tentar.
- Coragem nunca te faltou né? Você sempre foi impulsivo...
- Já me faltou sim, para muitas coisas, mas não para te dizer certas coisas.
- Me desculpe, mas eu estou bem com ele...
- Se estivesse bem, você não estaria me olhando com essa cara, e não estaria sozinha de novo.
- Você sabe... eu não posso, mesmo que goste de você.
- Essa não cola, me desculpa, mas eu não vou ficar aqui plantado conversando com você. Tô indo.
- Espera! Mas eu... você sabe como é, você namorou também.
- Mas eu não te conhecia, só era apaixonado pela minha ex.
- Me desculpa, eu gosto mesmo de você... mas o meu namorado é bom comigo.
- E você continua enganando uma pessoa, e magoando outra, e pior ainda enganando a si mesma. Eu não suporto ver e me sentir mal com isso. Vou indo. Outro dia conversamos.
Foi se despedir com um beijo no rosto, mas ela o puxa pela mão e o beija nos lábios. O que era para ser breve demora um pouco mais, ela pede para ele se sentar, e como de costume, para ela, ele cede até a própria razão. Pedem mais um café e um chocolate, deixam de discutir. Se abraçam e conversam sobre como vão aproveitar o feriado, e os planos para o futuro, individuais, sem compromisso um com o outro, mas talvez saibam que possam ficar juntos, então deixam as arestas abertas. Ele desfaz o sonho de morar no sul, longe de tudo e todos, e comenta que pretende ficar na região, apenas uns quarteirões de diferença, e as vezes quarteirões fazem toda a diferença num destino. Ela compreende, e também diz que gostaria de se mudar para perto do trabalho ou perto de uma estação do metrô, para ter mais comodidade. Ambos odeiam o trânsito, embora tenham prazer em dirigir, principalmente em dias que essa cidade absurdamente grande se revela maior ainda, nos feriados onde a maioria viaja. Parece que eles tem um mundo inteiro só para os dois.
O namorado dela só volta na quarta-feira. Até lá eles não precisam dessa discussão novamente.
Acordou sem muita preguiça, 12:30, domingo. A manhã passou, só que ela está deitada, descansando a cabeça no seu ombro. A convidada não pode começar o dia dela sem o café da manhã, mesmo fora do horário. Afasta o cabelo, castanho, e dá-lhe um beijo na testa, levanta sem acordá-la(dorme como pedra) e vai preparar o café da manhã para levar na cama. Não demora muito ela acorda. "Onde está o ombro dele? Tenho só um travesseiro...", levanta, veste a camisola de cetim e vai na ponta dos pés até a cozinha, ela sabe que ele deve estar fazendo algo, provavelmente, pega uma uva Itália do cacho em cima da mesa e coloca na boca. Vê a tábua cheia de frutas, pão, leite, suco, geléia de morango. Apenas um detalhe "Onde ele está?", ouve a porta da sala bater, então corre de volta para a cama, só para fazer charme.
-
É só um trecho de um dos meus esboços. Ainda não sei como vou concluir. Descubro depois.
Paz!
quinta-feira, 16 de abril de 2009
Chase Faster
Numa conversa com ele, falei que iria criar fazer coletânea de Stoner Rock, e ele gostou da idéia! Mas como sou relapso, e não paro quieto numa idéia fixa, acabei deixando de lado, mas retomei, e está quase pronta a bagaça. Enfim, propus de ajudar ele neste blog, assim ele não ficaria dependendo do meu tempo(já viu um relógio com 100 ponteiros? Esse é o que marca o meu tempo... é uma confusão só!), e hoje ele me convidou e já colocou minha lista de músicas da Last.FM por lá!
Espero que gostem dos meus posts por lá, mas o Chase já tá colocando vários sons legais por lá,(faz uma cara...) recomendo que visitem!
Farei minha estréia antes de dormir, espero que gostem de sons estranhos, pois essa é minha especialidade! :D
http://chasefaster.blogspot.com/
Enfim, obrigado Chase!
Peace bro!
Peace y'all!
quarta-feira, 15 de abril de 2009
Coisa de trouxa
Bateu a porta, nela bati
Madeira, sorte, azar demais
Chega gritando, é discussão
Guardei, a raiva entendi
Sei que pode, levanta a mão
Esse motivo, ficou na mente
Cansei, está fora de si
Prometeu, nunca é diferente
Por outras, ainda mais essa
Abandonei, assim, eu saí
Ficam soltas gotas na testa
Num terceto, tenho resposta
Nervos, mas lembra de ti
Que panaca, sim ainda gosta
Telefona e come alface roxa
Salada emocional vezes pi
Sei, amor é coisa de trouxa.
--
Uma brincadeira em tercetos.
A conclusão é algo que falo brincando para todos.
Paz!
segunda-feira, 23 de março de 2009
Cartas
Negar e amaldiçoar sem dó
Jogar fora do alto até o asfalto,
Somos tolos e ficamos sós
Mas sempre volta o sentimento,
Aquele que grita com razão
Toda a força daquele momento,
Percebemos que foi em vão
Outras rasgadas não estão dentro,
Não servem e já partirão
E das páginas escritas no tempo,
Sobraram só as do coração
Para essa dor que machuca todos,
A solução foi jogada fora
Sobra só procurar os antídotos,
As cartas onde a paz mora
Recuperamos o fôlego com alívio,
Razão bate e abre a porta
Escrevemos a paixão e convívio,
É apenas isso que importa.
--
Paz.
sábado, 21 de março de 2009
Tente
mas sempre diferente
Sem desespero,
com planos em mente
Confuso e racional,
corpo resistente
Talvez passional,
pensamento persistente
Cansado a esmo,
um tanto indecente
Ainda o mesmo,
sempre sigo em frente.
--
Paz.
sexta-feira, 20 de março de 2009
Pensar e ajudar
Alguns diriam que escrevi um poema, outros diriam que foi um texto, e os mais entusiastas diriam que foi uma carta, então digo, foram os três, de maneira simples: sem divisão de estrofes, pois os sentimentos as vezes não se dividem; sem muitos parágrafos, pois os pensamentos sempre se atropelam pelo caminho e se revelam pequenos e resumidos; sem outras folhas, porque uma carta, contendo um pequeno poema e um texto menor ainda, não precisa mais que frente e verso.
Não tenho nada disso comigo, não é certo, não é algo feito para publicar em lugar algum, pelo menos não por mim. Mas fico contente que essa pessoa gostou, talvez eu tenha ajudado de alguma forma, não sei bem ao certo, acho que nunca vou saber, ainda fico na dúvida se fiz o correto, espero que sim.
Antes que me acusem de vaidoso, egocêntrico, ou algo do tipo, faço aqui uma confissão, não é fácil escrever diretamente para uma pessoa, é sempre mais difícil escolher as palavras corretas, fazer a linha agradável, definir uma métrica(ainda tenho dificuldade em versos isométricos, eles limitam muito, mas soam melhor), pensar na pessoa, nas características dela, do momento e da situação, então é muito mais trabalhoso.
Mas no fim, é tudo compensado de alguma maneira. O que me importa é que desse pedaço de papel, algo de bom saiu, e alguém fez bom proveito, e por um momento, me sinto contente, mesmo atolado em problemas da vida, como todo adulto, eu coloquei algo de bom nesse mundo, e talvez, por um segundo, foi bom para outra pessoa, fiz o bem, o que acho correto, e mesmo que a minha vida esteja uma bagunça, e está, não me importo, pois eu sei que de alguma maneira, um dia vou receber uma ajuda também, nem que seja uma boa conversa e um copo de café.
No fim, é bom contar com os amigos e as coisas boas que eles trazem.
Sozinhos, podemos até estar bem, mas acompanhados, vamos estar bem melhor.
“This life, this life aches
And this life moans
This life is great, this life is great
And it's better when you're
Not alone, not alone”
-Chris Robinson-
Paz!
quarta-feira, 11 de março de 2009
5:20
Sonho na madrugada
Acordar no susto
Loucuras e evoluções
Grandes verdades
Perdido na estrada
Apenas um impulso
Novas veem tarde
Tem tempo para
Mudar perspectivas
O destino separa
Todos, nada na vida
Revoluções diárias
Não ser um pária
Que rumo, correto?
Futuros secretos
Ajudou no esclarecer
Surgem as dúvidas
Certezas e partidas
Incerteza, o que fazer?
Armam-se piquetes
Greve no sentimento
Mas no sonho é doce
Doce sabor, eu tento
Viro, eu quero imergir
Recupera o ar, imagina
Revoluciona e termina
Pulsante, vai dormir.
--
Preciso sonhar menos... (ou mais)
Paz!
domingo, 8 de março de 2009
Mulher e flor
Forte vento corta
Árvore cata-vento
Voar as flores tentam
Lembro da mão
Daquele açoite
Andando no jardim
Casa do sarau
Música e versos cantam
Prenunciam romance
Começo, meio e fim
Não trazem nenhum mal
Rosas encantam
Na casa distante
Unhas cravam na pele
Corações que chamam
Grita um instante
Essa paixão que fere
Sonho do feminino
Atração pelos seus cabelos
Longos, negros da escuridão
Olhos claros, cheia de mimo
Balançam pelos ventos
Toque suave da tentação
Naquela noite do dia
Mulher dos sonhos
Na casa da vida
Essencial, eu previa
A flor, te proponho
Livre, corre divertida.
--
Para elas. Parabéns por esse dia.
Paz!
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
Sozinha
Explode solitária,
brilha azul
forte, serena, sozinha
no céu paira
no escuro da noite
negra, nada minha
ponto de luz
De todos ela é
inspira todos
mesmo sem fé
sem um rosto
apenas reluz.
-
Meio na linha do Ferreira Gullar, mas bem curto.
Paz!
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009
Blues Metropolitano
Não importa se é noite ou dia, das chaminés saem os tufões
As fábricas não param, sacrificam todos os trabalhadores
Sem dó esticam a produção, obedecendo os seus consumidores
Controle de espólio, relação de amor e ódio
Essa São Paulo canibal, 24 por 7 visceral
Grandes químicas e metalúrgicas, chibatam e sangram o peão
Porcos podres e dinheiro vivo, ditam as leis desse mundo cão
Capitalismo selvagem agride, machuca mas não quer nos matar
Comprei minha nova moto, de trêm e metrô não quero mais andar
Carros e caminhões, as vias em manutenção
Um sai e mil chegam, só cresce a população
De que adiantam os seus bancos, seus centros empresariais
Se esquecemos comos ser civilazados, somos meros animais
Por mais triste que seja, nem damos por falta do céu azul
Para essas loucas cidades, que escrevo e dedico esse blues
Cidades dormitórios, almoços em refeitórios
Eu vivo nesse caos, ABC paulista industrial.
-
Paz!
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
Oeste
Mudaram os costumes e tudo passou
Pela praça os pombos voam, deserta nunca está
Lembranças só doem em quem ficou
Os amigos perguntam, não precisam se preocupar
Sozinho ganhou asas, está livre para voar
O tempo passa, as feridas somem do coração
Pensamentos voam alto, enquanto ouve a canção
Tudo parece tão vazio, se sente frio e só
Olha para o céu antes de levantar
Corre longe da Benedito, vai à Consolação
No copo o sentimento vai confortar
Mal se comunica, não ouve o que diz
Segue em frente, só quer ser feliz
A dor bate forte, luta contra a solidão
Vira outra folha, como muda de estação
Sem caminhos para o Oeste, não tem porque voltar
Lá onde o Sol vai se deitar
Bate as asas e se esquece, não há o que lembrar
Voa ao Leste apenas ao luar.
-
Paz.
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
A garota de vestido branco
Mesmo com a aba do chapéu, está suada
De rabo de cavalo, a fita os revela negros
A face que era branca está rubra e molhada
As gotas escorrem devagar pelo seu pescoço
Tocam sua nuca enquanto procura a sombra
Sente o vento leve bater e refrescar o torso
Corre para um lugar onde do Sol se esconda
Vê um canto onde pode descansar as pernas
Nas costas semi-nuas, sente o toque dos cabelos
O vestido branco se apega às suas belas curvas
No decote sensual, seios acomodam os respingos
Ao sentar no banco, fica aliviada pela brisa
A árvore acima alivia o calor que a esquenta
Tira o chapéu, abana e desata o laço de fita
Deixa ao lado as sandálias, entre os pés venta
Deixa todos os meninos em volta ouriçados
Não sabe se comportar sem chamar atenção
Nem percebe que mesmo quente aos abafos
De alguma outra pessoa, ela rouba o coração
E naquela tarde, a menina de vestido branco
Assobia e confere as compras que fez na feira
Obras de artersões apaixonados em prantos
Pois dela só conseguem o dinheiro da carteira
Com fios longos soltos e franja, mal sabe o que faz
Feições de menina feliz, boca rosa que apaixona
Da cor do mar, os olhos hipnóticos passam paz
Está trazendo todos os sentimentos deles à tona
Diverte colocando seu novo colar, sente a corrente
Beleza jovial, eles querem cortejá-la, que tentem
Delicada ela responderá, doce, ambígua e inocente
Mesmo sem querer, consegue que todos a amem.
-
Simples, estrutura ABAB, é o que o poema pede, nada de complicações, apenas a beleza da simplicidade de alguns momentos, de uma pessoa e de um sonho(isso mesmo!) durante um cochilo. Se não gostarem, culpem ela!
Eu não consigo... :)
PAZ!
terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
Boneco
À força a fome o toma
Mesmo estando desperto
Parece estar em coma
Triste, sente o torpor
Talvez não tenha cura
Não é doença, apenas dor
Forte, maldita e pura
Sem face, irreconhecível
Sem nome, indefinível
Sem voz, incomunicável
Sem vida, inanimado
Uma marionete inefável
Um mistério indecifrável
Madeira oca impenetrável
Um boneco abandonado.
domingo, 1 de fevereiro de 2009
Não sou seu
Diz que mudei, mas sabe que não
Pode acontecer com todos, até com você
Sempre teve tudo
É fácil com todos aos seus pés
Agora não me possui, e nunca mais
Além da rejeição
Seria a sua primeira decepção
O amor é assim, sente falta se não tem
Não estávamos bem
Como acredita? Por que se enganar?
Peço desculpas por te fazer sofrer
Alguém muito melhor
Pode me substituir, não me importo
Que te traga alegrias e te faça feliz
Espero só o bem
Você merece, mas tem que aprender
Não sou nada de ninguém, não posso ser
Sinceridade apenas
Egoísmo não é, seria se eu ficasse com você
Vou conhecer outras, fazer novas amizades
Talvez não encontre
Vou arriscar, por que não tentar?
Sem laços, só a minha vida para cuidar.
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
Carta ao presidente
Sou daqueles que o aceita com rancor
Não votei nem no Serra, nem outro para me opor
Votei Nulo, consciente e com louvor
Mas, já que está na posição, escrevo à você
Insatisfeito, como muitos de nós à perecer.
Criticou em voz alta, mas é igual ao FHC
Prostitui o que é nosso, por mero prazer
Não parou com os leilões como deveria fazer
Seus protegidos, um pior que o outro
Abriga um assassino, respeito à vida não deve haver
Toma o problema dos outros para resolver
Por ti não tenho respeito, apenas escárnio
É só mais um desonesto neste cargo
Se quer mudar essa impressão senhor hilário
Que tal fazer bem no resto do mandato?
Não importa se é tucano, verde ou vermelho
E sim a vontade do povo brasileiro
Então "bola da vez", que mal sabe o português
Tente promover uma mudança de vez.
Não esqueça que seu salário sai dos nossos bolsos
Esqueceu como é ter que pagar impostos?
Justifique as contas que pagamos com bons serviços
Merecemos algo pelos nossos esforços
Ladrões safados que se comportam como víboras
Sem força, a sua política está a desejar...
Lembre-se: está cercado de crápulas e facínoras
Então me diga, de que lado quer estar?
Espero que responda, sem ambigüidades e ladainhas
Queremos as soluções, sem invertidas
Se considera ser capaz de comandar enchendo lingüíça,
Saia deste posto, faça logo a sua partida.
Descrição
Nunca sabe o que encontrar, que idioma falar
As mãos, movimentos bruscos e circulares
Obedecem em exaustão, escrevem verdades
Os olhos escuros vêem além da realidade
Têm impressão do esquecimento, já é tarde
Confuso entre palavras e sinônimos
Como se expressar e deixá-los atônitos?
Caneta e caderno, dicionário e rascunhos
Redigir um cancioneiro sangrando os punhos
Esta é a sua função, sua vida, sua paixão
A escrita te arranca suspiro e tentação
Quando estava perdido, conseguiu achar
A solução era um sopro do vento, um salto no ar
Precisa de asas para se deixar levar
A imaginação vôa e não sabe como parar.
sexta-feira, 23 de janeiro de 2009
Carta para uma amiga
É muito bom retomar contatos
Então sem pressa, vamos aos fatos
Lembro do que me pediu
Atrasei, mas sei que prometi
Por isso escrevo em versos para ti
A minha vontade persistiu
Não faço isso para compensar
Escrevo apenas para nos lembrar
Te devo fotos, notícias
Vou providenciar as imagens
De Barcelona, e Veneza, às margens
De resto, vivo os dias
Penso que você deveria vir
Viaje ao Brasil, irá se divertir
Será diferente por um instante
Mas logo você vai estar radiante
A beleza natural daqui é delirante
Estamos trabalhando bastante
O ritmo aqui está inconstante
Coisas da vida na cidade grande
O tempo é curto, nunca demais
Amiga, estou começando um livro
Se publicado, te darei um traduzido
Fala sobre você e outras mais
As mulheres que me marcaram
Mal sabem, muito menos aguardam
Problema é a saudade que deixou
Você faz falta nos momentos felizes
Não queremos lembrar quando são tristes
Mas o meu convite não expirou
À minha casa, uma coisa é certa
É bem-vinda, a porta estará aberta
Nesta estrofe, a minha despedida
Não é eterna, é breve e sincera
Quando encontrar, estarei à sua espera.
-
Para Katia.
-
segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
Me desculpem...
Quando tenta, fica a mercê do compromisso e vontade dos outros? Agora entendo porque levei broncas, ouvi piadas, não é nada agradável confirmar a presença de uma pessoa e depois, nada.
Entendemos problemas de saúde, trabalho, coisas da vida adulta. Mas depois de tanto faltar e tanto levar faltas dos outros, aprendi. Só confirmo se tiver certeza de que posso aparecer.
Lembro dos momentos em que não honrei compromissos, atrasei horas, cheguei em finais, e penso, é o meu castigo, por tantas vezes... errei demais.
Portanto, peço que me desculpem pelos erros passados, compromissos perdidos, presenças desmarcadas.
Até a próxima! Paz!
Mentores
Toda a minha referência
Para Gullar, o neoconcreto
Cumprimentos e veemência
À Dona Meireles, inspiradora
Me ajoelho em reverência
Grande Vinícius, em paz duradoura
Ensinou-me a independência
Aos meus pais, meus geradores
Todo orgulho que posso lhes dar
Para meu irmão, companheiro nas dores
Meu corpo e sangue, sempre que precisar
Querida família, ternura e temores
O futuro sucede, vamos prosperar
Meus amigos, a família que escolhi
Eu tento, comigo podem contar
À todas as minhas desilusões
Me fizeram escrever de tudo horrores
Aos meus amores e paixões
Meu sentimento, poemas e flores
Ainda que, um reles poeta
Considero todos vocês inspiradores
Para todos vocês, de forma direta
Desejo vida, paz e muitos amores.
domingo, 18 de janeiro de 2009
Parte Escrita
Nervos quentes, vento no rosto
Sem destino, é fruto inesperado
Uma hora atrás nem imaginavam
Veio uma pancada suave e súbita
Não era sobre isso que falavam
Se ele escreve para expressar
Retrato imaginário em palavras
Não tem idéia como ela fará
Apenas o que vier, e virá
A sensação navega sem local
Um ponto de força e momento
Inércia dos corpos na espiral
Visão exata da arte escrita
Pena e papel, relata duas almas
Atração, que a cena se repita
Foto mental para sempre lembrar
Um toque, uma conversa informal
Essa ninfa ecoa na memória
O que será dessa história?
-
Para alguém. Você sabe quem você é?
-
terça-feira, 6 de janeiro de 2009
Natural
A árvore espera o tempo
plantada na colina verde
Em meio a um mar de terra
espera em momentânea solidão
A força e o frescor do vento
Uma nova motivação, uma nova razão
Para crescer, não mais espera
Está independente do vento agora
Vive bem com apenas com o Sol e a chuva
Aquele que soprava suas folhas
Hoje em seu movimento chora
O vento tenta soprá-la novamente
A árvore usa de outros recursos
Do vento não precisa mais
Ele nunca fez diferença realmente
A mãe-natureza garante sua vida
Está livre para usar seus sopros
Mas esquecer da sua paixão, jamais
Percorreu seu caminho assoprando
novas folhagens, mas nenhuma igual ela
Reconheceu sua fraqueza, a saudade
Percebeu que a estava amando
Ele quer e tenta reconquistá-la
Ela está insegura por onde ele andará
Enquanto a mãe-natureza durar
Nada o impedirá de declarar
"Árvore, sou o Vento sempre a te assoprar
Estarei sempre a amá-la"
Talvez no futuro, juntos queiram estar.
segunda-feira, 5 de janeiro de 2009
2008? JÁ FOI! QUE SE FODA!!! - E 2009? QUE VÁ PARA A PUTA QUE PARIU!!!
Coisas aconteceram que destruiram parte da minha imaginação, me deram decepções e principalmente, me fizeram pensar novamente em que rumo devo tomar. Animador? Deprimente? Simplesmente não consigo dizer, relatar, descrever! Algo está acontecendo e, que diabos, não consigo dizer se é bom ou ruim! Adorei tudo que tive em 2008, todas as amizades que fiz, todas as amizades que retomamos depois de anos, todos os amores, tudo. Mas a sensação está um tanto distorcida, uma nebulosa emocional invade a minha mente, algo está estranho, penso que ficar sozinho por uns tempos é algo necessário, mas também penso que preciso ver mais os amigos, e depois de uma festa, descobri que tudo está fora do normal, que a vida está completamente sem direção, sentido, e de módulo completamente sem proporção, uma escala absurda em que consegui me enquadrar. Estaria eu no nada? No zero? Em absoluto? MAS QUE GRANDISSÍSSIMA MERDA!!! QUE VETOR DE BOSTA!!! QUE GRANDEZA ESCALAR É ESSA!?!?!?
Estaria eu sendo fatalista? NÃO! NÃO ESTOU!!! 2008 foi um ano cheio de reviravoltas, crises em diversos campos e assuntos, decepções e alegria, mas já é passado, então, eu grito um sonoro e belo "QUE SE FODA 2008", e agora vem 2009 e o pouco do que obtive nesses primeiros dias do ano, tenho que dizer, foi absurdamente decepcionante... Cansei da palhaçada, essa papagaiada toda tem que acabar. Ânimo zero? Fúria em onze? NÃO! APENAS O VIVER DESENFREADO DESSA BELA E FEIA VIDA! "QUE 2009 VÁ PARA A PUTA QUE PARIU!!!"
E para essa vida, eu pergunto, por que não quer mais momentos felizes? Por que se nega aos prazeres? Não quer se divertir? Não quer que eu te divirta? Não quer que eu te abrace, sinta o seu cheiro e toque sua pele? Não quer receber carícias? Não quer ouvir, ao invés das sujeiras que já disse, as surpresas que posso te dizer, os poemas que posso escrever? Não quer se envolver comigo na noite e acordar de manhã com o café-da-manhã na cama? Seu corpo suado, seus seios na luz da lua, suas pernas costas e bunda em movimentos involuntários, seu beijo, sua boca, seu sexo, a paixão... Não vou oferecer mais nada! Não vou ser mais amigo da vida! Vou moldá-la! Agora, vou acordar entorpecido! Fígado destuído! Mente inebriada, não pelo seu perfume, mas por outra fumaça! Corpo dolorido de brigas de uma vida desregrada! Triste e cansado? NÃO! Apenas um frio na espinha e uma inquietação constante! Vida, comporte-se, senão te agarro! O ano velho virou novo, o tempo é o mesmo, mas não é igual, a vida ainda é feia e bela...
Minha linda, é apenas uma questão de ponto de vista! E o meu ponto de vista, no momento, não é dos melhores, mas ainda não é dos piores.
Portanto, com dias de atraso, mas ainda sim o primeiro dia real e enfadonho do ano que já foi e voltará a ser, e sempre será: "Adeus 2008 e Feliz 2009."
Esse postagem é para todos e para ninguém e para alguém muito especial em meio aos especiais, esse alguém é um plural, o meu bem e o meu mal.
PAZ & EPIFANIA!
Ernesto Gennari Neto.