terça-feira, 8 de março de 2016

Abraxas

Me perco na imensidão azul
de seu olhar de oceano,
profundo e misterioso,
nas ondas de norte ao sul
que me carregam
como barco ocioso,
sem direção ou costa
de horizonte praiano.
Perdido nesse oceano,
sinto que algo recosta
e pousa dentro de mim,
seria uma ave, enfim,
que bate asas fortes
ao invés de pulsação;
ali no peito abre e achas
o tesouro de naval missão,
do fundo do espelho do céu
que é o mar de sua visão.
Sem deus ou diabo
para ajudar na volta,
só sobrou eu, ainda perdido,
esperando uma tormenta
ou uma divindade
com asas que, sem alarde,
me guie ou me leve à terra
ou deixe que eu morra
de paixão
nessa imensidão
azul...

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