Num dia, uma hora de almoço,
após tanto tempo, chorei...
Chorei e chorei, copiosamente,
como se num alvoroço
de lembranças, memórias à mente,
me atacassem. Me desmanchei...
...em pranto, pois reconheci
sua ausência, bem ali.
ao te ver,
mas não era você.
Mais tarde, visitei sua antiga casa,
onde lhe visitava
e passava horas aos seus pés,
debruçado no chão.
Esse impacto abalou minha fé
de um mundo justo.
Não mais escuto
os que dizem por aí
sobre as coisas triviais
como nascimento e morte,
pois desde que se foi,
tudo que, até então, ouvi
sobre amor são frases banais,
e sua presença
se fez sua ausência.
Quanto protelei?
Para poder sentir,
e não lhe dizer "adeus",
mas sim "olá, meu
velho amigo",
protelei muito.
Não mais tentarei apagar tua memória
para me poupar da dor do amor de sua história.
Foi sincero,
gratuito;
fortuito,
ali, quando lhe vi;
sabia que não era você,
mas o coração não quer saber,
ainda sente muitas saudades de ti.