Será que Kafka se sentiu assim?
Uma sensação inquietante
num breve instante, na avenida?
Uma sensação sem fim
de que algo ruim vem à surdina?
Pois me é inquietante o que vejo,
o que ouço e o que leio.
Parece que leio entre as linhas
da rinha que corre a história
que nos passa sem deixar memória.
Mas que faremos se isso é mais
que ensejo, desejo da névoa?
Não faz sentido deixar acontecer
novamente o que Kafka previa
no passado que esteve a escrever.
Deveríamos travar um encontro
e tentar parar a névoa espessa
com nossos ventos de confronto
por meio da palavra travessa,
da poesia da terra e das veias!