Sinto um demônio
dentro de mim,
dentro de mim,
uma marca de Caim
tão quente que queima,
me incinera por dentro
como a chama de um dragão
que no interior enfrento.
O fogo clama
por cada pedaço
do que julgava
ser minha essência,
e seu calor quebra
a máscara, um estilhaço
me reflete a obra
que aqui se vivencia:
de todas minhas brasas
serei sempre
a última a apagar
e é nela que reside
todo meu eu,
essa obra de ateu,
de demônio, de santo,
de quem retirou seu manto.
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